A deputada federal Luizianne Lins (PT-CE) fez uma declaração polêmica ao afirmar que foi “levada contra a vontade” por forças israelenses após a interceptação do barco Grande Blu, que fazia parte da Flotilha Global Sumud, a caminho da Faixa de Gaza. A parlamentar estava a bordo da embarcação como parte de uma missão humanitária destinada a fornecer assistência à população local, que enfrenta uma grave crise humanitária.
Interceptação e apelo por ajuda
Luizianne Lins embarcou no Grande Blu em 31 de agosto, e desde então fazia parte de uma delegação que pretendia levar suprimentos e apoio à população palestina. Em um vídeo divulgado em suas redes sociais, ela afirmou ser uma vítima de sequestro pelas forças de ocupação israelenses, clamando por intervenção internacional e a cessação da relação econômica do Brasil com Israel. “Peço ao governo para acabar com qualquer relação econômica com Israel e me levar para casa. Pare o genocídio em casa”, disse a deputada, visivelmente angustiada.
Contexto da missão humanitária
As imagens divulgadas pela Global Sumud Flotilla mostram os ocupantes do Grande Blu reunidos, usando coletes salva-vidas, com as mãos para cima, em um gesto pacífico. A assessoria da deputada confirmou que outras embarcações, com brasileiros a bordo, também foram interceptadas pelas forças israelenses antes da ação no Grande Blu.
Contatos e suporte do governo brasileiro
Após a interrupção da comunicação com a parlamentar, a assessoria informou que Luizianne havia mantido contato com a imprensa e participado remotamente de uma sessão da Câmara, mostrando seu comprometimento com as responsabilidades políticas mesmo enquanto estava em uma situação de risco. No entanto, após as 18h30 do dia da interceptação, a conexão foi cortada e houve confirmação da captura da embarcação.
O Ministério das Relações Exteriores do Brasil expressou sua preocupação com a segurança da deputada e dos demais membros da flotilha. A nota oficial condenou a ação militar de Israel e ressaltou a violação de direitos e riscos à integridade dos manifestantes que participavam da missão pacífica.
Ações do governo brasileiro e posicionamento da Câmara
O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta, afirmou que entrou em contato com o chanceler Mauro Vieira para buscar apoio à parlamentar. “Vamos procurar, dentro do que couber à Presidência da Câmara, dar todo o apoio para que a parlamentar possa restabelecer suas condições de liberdade”, afirmou Motta, ressaltando a amizade e respeito que nutre por Luizianne Lins.
A deputada Erika Kokay (PT-DF) também se manifestou ressaltando a situação crítica em que se encontram os integrantes da flotilha, que buscavam levar ajuda essencial à população da Palestina. “Este barco foi interceptado pelo Estado de Israel e seus tripulantes, que envolvem também uma vereadora do PSOL e outros brasileiros. Estamos aqui para dizer que esta Câmara precisa acompanhar esse processo”, disse Erika.
Consequências e desdobramentos
A interceptação das embarcações e a denúncia de sequestro por parte de Luizianne Lins levantam questões sobre a atuação das forças israelenses e a resposta do governo brasileiro. A situação da deputada e dos outros integrantes da delegação permanece em análise, enquanto o Governo Brasileiro acompanha os desdobramentos das ações e retaliações necessárias.
Enquanto isso, a sociedade civil se mobiliza em apoio à deputada, clamando por um posicionamento mais firme do Brasil frente aos eventos em Gaza e à proteção dos seus cidadãos em situações de conflito internacional.
A continuação desse caso gerará repercussões não apenas nas relações diplomáticas Brasil-Israel, mas também no cenário político interno, visto o forte apelo humanitário envolvido na situação.