Altos funcionários da Casa Branca informaram na quarta-feira que demissões em massa estão se aproximando para diversos setores do governo dos Estados Unidos, com os primeiros cortes já ocorrendo no Escritório de Patentes e Marcas (USPTO).
Começo das demissões no USPTO
Logo após a paralisação do governo, o USPTO começou a demitir funcionários, de acordo com um e-mail interno e entrevistas com membros da equipe. As demissões afetaram principalmente as unidades de suporte administrativo, como comunicação, conforme relatos de funcionários do NOTUS.
Aproximadamente 140 dos 14.000 empregados do USPTO receberam notificações de demissão, segundo Bloomberg Law.
Contexto das demissões
A Administração de Pessoal, encarregada de supervisar a força de trabalho do governo, se recusou a comentar sobre a situação e redirecionou questões ao USPTO, que não respondeu aos pedidos de comentários. O presidente Donald Trump e outros funcionários do governo já haviam ameaçado demitir trabalhadores federais caso os democratas não votassem junto aos republicanos para financiar o governo, embora não esteja claro se as demissões no USPTO estão relacionadas a essa ameaça.
O diretor do Escritório de Gestão e Orçamento, Russ Vought, comunicou a legisladores republicanos que as demissões seriam “consequentes” e que começariam em um ou dois dias, segundo múltiplas fontes que participaram da chamada.
Esclarecimentos e responsabilidades
O vice-presidente JD Vance afirmou a repórteres em uma coletiva de imprensa na Casa Branca que as demissões ocorreriam nas semanas seguintes. A secretária de imprensa da Casa Branca, Karoline Leavitt, quando questionada repetidamente sobre um cronograma, afirmou que as demissões eram “iminentes” e “muito em breve”.
Leavitt acrescentou que os democratas seriam os responsáveis pelas demissões esperadas. “Às vezes, você precisa fazer coisas que não gostaria de fazer… Se os democratas não tivessem votado para parar o governo, não estaríamos aqui hoje falando sobre demissões”, disse Leavitt. Ela não respondeu, quando questionada se um fechamento mais curto reverteria as reduções de força.
Implicações da paralisação e a visão da administração
Paralisações do governo no passado resultaram em licenças, mas não em demissões permanentes; lapsos de financiamento do governo não exigem reduções de força. A administração do presidente tem enviado mensagens mistas sobre se vê essa paralisação como uma oportunidade para diminuir ainda mais o governo federal.
“Muitas coisas boas podem surgir das paralisações”, disse o presidente em um encontro na Casa Branca na terça-feira, após afirmar anteriormente que benefícios e programas favorecidos pelos democratas poderiam também estar sob risco caso o governo parasse.
Impacto nas agências federais
Em reuniões na quarta-feira, alguns funcionários do Departamento de Agricultura foram informados que a paralisação do governo acionou instruções do OPM para que as agências começassem a se preparar para avisos de demissão. O USPTO, por outro lado, é uma das raras agências federais que não cessou operações durante a paralisação, já que é financiado através de taxas e possui um superávit orçamentário com reservas que podem ser utilizadas para manter a agência em funcionamento.
Uma das funcionárias demitidas do USPTO, que trabalhou por muitos anos no serviço público, descreveu as demissões como “desnecessárias e cruéis”, revelando que ela e outros foram devastados e chocados pela decisão.
As demissões iminentes e a paralisação do governo levantam questões sobre o futuro da força de trabalho federal e a responsabilidade dos responsáveis por tais cortes. Resta ver como a administração irá lidar com as consequências e reações dessa decisão.