A Cúpula Amazônica da Água, sob o lema “somos água, somos vida, somos esperança”, teve início nesta quarta-feira, em Iquitos, no Peru. O evento, que ocorrerá até sexta-feira, 3 de outubro, reúne cerca de 400 participantes de várias nacionalidades para discutir questões relacionadas à água na Amazônia, um elemento vital para a preservação da vida no planeta.
A importância da Cúpula para a Amazônia
Promovida pela Vicaria da Água do Vicariato Apostólico de Iquitos e com o apoio de diversas organizações sociais e eclesiais, a cúpula se tornou um espaço fundamental de reflexão e análise. As atividades começaram com uma missa celebrada na noite de 30 de setembro e seguiram com a projeção do documentário “Água e Amazônia”. Um momento simbólico de oração e espiritualidade, realizado no dia seguinte, uniu representantes de diversos países da América Latina e além, destacando uma mensagem de otimismo para a cúpula.
Momentos significativos durante o evento
O ato de boas-vindas oficializou a abertura da cúpula, onde estiveram presentes representantes de povos indígenas e líderes espirituais, incluindo o bispo do Vicariato Apostólico de Iquitos, Dom Miguel Ángel Cadenas. Ele enfatizou a necessidade de uma conexão profunda com os rios para entender sua importância no equilíbrio da vida. “Citando Juan Carlos Galeano: a melhor maneira de conhecer um rio é sentindo-o”, afirmou Dom Cadenas.
Mariluz Canaquiri, presidente da Federação Kukama Huaynakana Katawara Kana, trouxe a posição dos povos indígenas, ressaltando que “defender os rios nos dá vida e deixará vida para as nossas futuras gerações”. Canaquiri sublinhou o papel crucial das mulheres na luta pela preservação dos recursos hídricos e na possibilidade de garantir um futuro saudável para as próximas gerações.
Um alerta sobre os desafios enfrentados
Dom Miguel Ángel Cadenas também fez referência a situações críticas que afetam a região, como o derramamento de petróleo em 2000 que contaminou o rio Pastaza, e a realidade enfrentada por comunidades que vivem em condições precárias, sem acesso a água potável. A vida dessas comunidades é impactada por resíduos de indústrias, sugando sua dignidade e saúde.
A água como um direito humano
O cardeal Michael Czerny, por meio de um vídeo, destacou que “a água não é somente um recurso ‘útil’, mas é um direito humano fundamental, um bem comum que devemos custodiar e compartilhar”. O evento é visto como uma oportunidade para reafirmar o compromisso com a ecologia integral e os direitos dos povos amazônicos.
Um chamado à ação
A Cúpula Amazônica da Água não é apenas uma conferência, mas um chamado à ação. Como destacou Micaela Mercado Flores, representante da Cúpula Juvenil Amazônica, “a água é cultura, é identidade” e a luta pela sua preservação é de todos, independentemente da idade. A programação da cúpula inclui oficinas, painéis de discussão e a elaboração de uma declaração de compromisso, que será discutida e aprovada ao final do evento.
Expectativas e próximos passos
O evento busca reunir diferentes setores da sociedade para debater a defesa da Amazônia. Nos dias seguintes, será promovido um espaço de análise participativa chamado “Café Global” e diversas oficinas sobre temas relevantes, culminando na reflexão sobre os quatro sonhos apresentados pelo Papa Francisco em “Querida Amazônia”. Esse espaço de diálogo visa fortalecer a luta pela água, reconhecendo-a como um recurso que deve ser compartilhado, protegido e celebrado.
O futuro da Cúpula Amazônica da Água é promissor, e seus resultados podem contribuir para fortalecer a conscientização sobre a importância da água não apenas como recurso econômico, mas como um elemento vital para a vida e a dignidade dos povos amazônicos.
Fonte: Comunicações Cúpula Amazônica da Água