Brasil, 2 de outubro de 2025
BroadCast DO POVO. Serviço de notícias para veículos de comunicação com disponibilzação de conteúdo.
Publicidade
Publicidade

Comissão para avaliar sanções estrangeiras é proposta no Brasil

O projeto de lei visa restringir sanções internacionais que violem a soberania nacional e criar uma comissão para avaliação.

Recentemente, um projeto de lei que busca limitar o cumprimento de sanções internacionais que infringem a soberania do Brasil foi introduzido. Esta proposta, se aprovada, estabelecerá uma comissão responsável por analisar e determinar quais medidas devem ser adotadas em obediência às ordens unilaterais de países estrangeiros, como as sanções impostas pela Lei Magnitsky, que recentemente afetaram o ministro Alexandre de Moraes.

O que é a Lei Magnitsky?

Originada nos Estados Unidos, a Lei Magnitsky visa punir indivíduos e entidades acusadas de violações de direitos humanos e corrupção. As sanções podem incluir o bloqueio de ativos e a proibição de viagens aos EUA. No Brasil, essa lei ficou notoriamente conhecida após o ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, ser listado entre os alvos das sanções, o que levantou preocupações sobre a interferência de potências estrangeiras nas questões internas do país.

Objetivos do Projeto de Lei

A criação da comissão visa não apenas legitimar a análise das sanções, mas também garantir a segurança jurídica para as instituições financeiras brasileiras, que têm enfrentado incertezas sobre como proceder em relação às sanções. Autoridades discutem que esta estrutura pode impedir que o Brasil se torne um refúgio para criminosos e terroristas afetados pelas restrições internacionais.

Inspirado nas práticas da União Europeia, o projeto estipula que, para qualquer sanção ser aplicada ou revogada, deve-se passar pela deliberação desta nova comissão, que incluirá representantes de várias esferas do poder, como o Judiciário, o Executivo e o Legislativo, além da Procuradoria-Geral da República e da Advocacia-Geral da União.

O Impacto no Sistema Financeiro Brasileiro

Após a imposição das sanções, muitos bancos e instituições financeiras experimentaram uma forte queda em suas ações, contabilizando perdas de R$ 42 bilhões em um único dia, devido à incerteza sobre o cumprimento das normas estrangeiras. O novo projeto de lei pretende revisar essas incertezas ao exigir que qualquer ação relacionada a sanções internacionais seja discutida e aprovada pela comissão, oferecendo assim um amparo legal para as instituições financeiras.

O Papel da Comissão e suas Limitações

Conforme delineado na minuta do projeto, a comissão atuará de maneira semelhante à que vem funcionando na União Europeia, que já possui precedentes no gerenciamento de sanções e permissões para bancos atuarem em conformidade com as leis vigentes. Entretanto, a proposta ressalta que tratados internacionais, como aqueles ditados por organismos multilaterais, como a ONU, não serão afetados por essas novas regras. Assim, as sanções relacionadas a tratados multilaterais permanecerão intactas.

Além disso, a situação torna-se mais complexa considerando que a proposta ainda não conta com um padrinho político claro, deixando sua viabilidade incerta. O governo Lula e o presidente da Câmara dos Deputados já sinalizaram apoio à iniciativa, mas a resistência interna pode complicar a tramitação da proposta no Congresso.

A Reação do Congresso e da Sociedade

A nova proposta também despertou reações diversas entre os parlamentares, especialmente entre aqueles alinhados ao ex-presidente Bolsonaro, que poderiam ver a medida como uma manobra para ajudar aliados sob sanções. Os críticos temem que essa legislação possa abrir portas para o uso de ativos associados a atividades ilícitas, estimulando práticas que colocam em risco a segurança nacional.

Com a complexidade em jogo e a insegurança jurídica em torno do cumprimento das sanções, o projeto de lei se apresenta como uma tentativa de proteger a soberania e os direitos dos cidadãos brasileiros, ao mesmo tempo em que desafia as imposições de potências estrangeiras.

Assim, enquanto o debate sobre o projeto avança, a sociedade brasileira continua a observar atentamente como as decisões tomadas em Brasília afetarão não apenas as relações internacionais do país, mas também o funcionamento interno de suas instituições e a segurança financeira de seus cidadãos.

Conclusão

A proposta de criação de uma comissão para avaliar sanções estrangeiras no Brasil é uma resposta significativa às complexidades da política internacional e à crescente necessidade de proteger a soberania nacional. Resta saber como os legisladores irão navegar por este caminho, considerando os muitos interesses em jogo e as repercussões que essas decisões podem ter tanto no cenário interno quanto nas relações externas do Brasil.

PUBLICIDADE

Institucional

Anunciantes