O mercado automotivo brasileiro conquistou 1.910.519 veículos novos no terceiro trimestre de 2025, segundo dados divulgados nesta quinta-feira (2) pela Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave). O resultado representa uma alta de 2,79% em relação ao mesmo período de 2024, e um crescimento de 17,28% em comparação ao mesmo período de 2023.
Desempenho detalhado por segmento
Automóveis
Os automóveis lideraram as vendas, com 1.411.116 unidades emplacadas no terceiro trimestre, um aumento de 3,05% em relação a 2024. Em setembro, foram registrados 178.548 emplacamentos, alta de 3,65% contra agosto. Se comparado a setembro de 2024, o crescimento foi de 4,02%, com 171.640 unidades vendidas.
Comerciais leves
O segmento de veículos comerciais leves também teve desempenho positivo, com 396.322 unidades emplacadas no trimestre, representando um aumento de 4% ante 2024. Em setembro, foram 52.822 unidades comercializadas, uma alta expressiva de 25,14% contra agosto, além de crescimento de 3,40% na comparação com setembro do ano passado (51.083 unidades).
Caminhões e ônibus
Por outro lado, o segmento de caminhões e ônibus apresentou redução de 4,72% no terceiro trimestre, totalizando 103.081 unidades emplacadas. Em setembro, houve alta de 9,55% contra o mês anterior, com 11.895 veículos vendidos, mas uma queda de 12,54% na comparação com setembro de 2024 (13.600 unidades).
Somando automóveis e comerciais leves, principais segmentos em vendas, o setor apresentou uma alta de 3,26% no terceiro trimestre de 2025.
Perspectivas para 2025
A Fenabrave mantém a projeção de crescimento menor para o ano, estimando um aumento de 5%, totalizando aproximadamente 2.76 milhões de veículos vendidos até o final de 2025. A previsão inclui:
- Automóveis e comerciais leves: alta de 5%, de 2.48 milhões para 2.61 milhões;
- Caminhões: redução de 7%, de 127.593 para 113.552;
- Ônibus: aumento de 6%, de 27.675 para 29.336.
Fatores de influência e desafios do mercado
De acordo com a economista Tereza Fernandez, responsável pelas projeções macroeconômicas da Fenabrave, a menor expectativa de crescimento está relacionada ao cenário internacional e às condições macroeconômicas nacionais, como o aumento nos juros e o déficit fiscal. Ela destaca que a estabilização nas projeções reflete a dificuldade de renovação da frota devido às novas normas de emissões do Euro 6 para motores a diesel, que têm impactado o setor.
Outro fator de apreensão é o retorno do ex-presidente Donald Trump à presidência dos Estados Unidos, cuja incerteza sobre alíquotas e medidas comerciais pode desacelerar ainda mais o economia global, influenciando negativamente o mercado brasileiro, segundo Fernandez.
Na economia interna, a elevação dos juros e a elevação nos custos de crédito continuam pressionando a recuperação, enquanto o déficit fiscal é apontado como um dos maiores obstáculos ao crescimento sustentável do setor automotivo.
Apesar das dificuldades, a Federação destaca o Marco Legal de Garantias como uma ferramenta que ajuda a manter o crédito ativo, mesmo em um cenário de juros elevados, contribuindo para a manutenção das vendas no setor.
Mais informações sobre o mercado de veículos e as projeções para os próximos meses podem ser acompanhadas no fonte original do G1.
