O Bitcoin atingiu a marca de US$ 120 mil pela primeira vez desde um recorde de agosto, em meio a especulações de que a paralisação do governo dos Estados Unidos pode levar investidores a buscar ativos considerados porto seguro, como a criptomoeda. A alta reflete o movimento global de valorização e o apetite por ativos alternativos em tempos de instabilidade econômica.
Bitcoin alcança US$ 120 mil e reforça cenário de otimismo no mercado de criptos
O maior ativo digital por valor de mercado subiu pelo sexto dia consecutivo e acumula um aumento de aproximadamente 10% desde a última sexta-feira. Às 14h37 em Nova York, o Bitcoin avançava cerca de 2%, cotado a US$ 120.163, após ter atingido um pico de US$ 124.514 em 14 de agosto, conforme dados de mercado. Analistas destacam que a expectativa de uma possível incerteza política aumenta a busca por ativos considerados seguros.
Movimento de investidores e forte ingresso em ETFs de criptomoedas
Segundo Karim Dandashy, operador de balcão da Flowdesk, a influência do cenário macroeconômico passou a impactar o Bitcoin, que registrou US$ 1,5 bilhão em entradas em fundos negociados em bolsa (ETFs) nesta semana. “Pela primeira vez em um bom tempo, o tema macroeconômico parece estar influenciando o Bitcoin, tentando alcançar o movimento impressionante do ouro nas últimas semanas”, afirmou.
O ouro, que costuma ser porto seguro em momentos de turbulência, recuou de uma máxima histórica nesta quinta-feira, enquanto o Bitcoin demonstra força no mercado. Tokens mais voláteis, como Solana (+5,7%), Litecoin (+6,7%) e Dogecoin (+4,7%), também tiveram expressivos ganhos, além de ações relacionadas ao setor, como Coinbase (+7,8%) e mineradoras.
Perspectivas de mercado e sazonalidade no Bitcoin
David Lawant, chefe de pesquisa da FalconX, ressaltou que a estrutura do mercado do Bitcoin vinha “esperando por um rompimento” há algum tempo. Ele explicou que os livros de ordens mostram um viés de venda que, ao se esgotar, pode gerar movimentos de alta rápidos e em cascata. Além disso, o histórico do ativo reforça a confiança, já que outubro é considerado um mês favorável, conhecido como “Uptober”.
Ryan Watkins, cofundador da Syncracy Capital, destacou que setembro costuma ser o mês mais fraco do ano para o Bitcoin, enquanto o quarto trimestre tende a ser o mais forte. Embora não seja um defensor absoluto da sazonalidade, ele acredita que esses padrões muitas vezes se tornam uma profecia auto realizável, contribuindo para a valorização do ativo.
A expectativa de que o cenário político e econômico gere uma busca por proteção potencializa a valorização do Bitcoin, que também continua presente na agenda de investidores em busca de diversificação e segurança diante de incertezas globais.
Fonte: O Globo
