Brasil, 2 de outubro de 2025
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A melhor fase da mente: estudo revela que os 50 anos são o pico da inteligência

Um novo estudo sugere que a inteligência e o julgamento atingem seu auge na faixa dos 50 anos, desafiando as percepções sobre a meia-idade.

A meia-idade é frequentemente vista como um período desafiador da vida. As articulações começam a fazer barulho, a cintura tende a se alargar, e as pressões, tanto pessoais quanto profissionais, parecem se acumular. Apesar disso, um novo estudo sugere que, embora possamos nos sentir desgastados e limitados fisicamente, a mente está em sua melhor forma durante esta fase da vida, especialmente entre 55 e 60 anos.

O índice de funcionamento cognitivo e de personalidade

O estudo, publicado na revista Intelligence, baseou-se em décadas de pesquisa psicológica para desenvolver o índice de funcionamento cognitivo e de personalidade (CPFI), uma medida única que analisa como a inteligência, o julgamento e outros traços mentais e de personalidade evoluem ao longo da vida. Os resultados demonstram que a capacidade geral do cérebro humano atinge seu pico entre os 55 e 60 anos.

Inteligência cristalizada vs. inteligência fluida

A pesquisa revela que diferentes habilidades seguem trajetórias distintas. A inteligência fluida, que envolve raciocínio, memória e velocidade de processamento, geralmente atinge seu ponto máximo na faixa dos 20 anos e, em seguida, diminui gradualmente. Em contrapartida, a inteligência cristalizada — que abrange a acumulação de conhecimento e experiências — continua a se desenvolver pelos anos seguintes.

Os traços de personalidade também aprimoram-se com o tempo. A consciência, que é a diligência para concluir tarefas, e a estabilidade emocional, que permite manter a calma sob pressão, aumentam ao longo da vida adulta antes de se estabilizarem na velhice. Além disso, as habilidades de raciocínio moral e literacia financeira se aprofundam e se aperfeiçoam, refletindo a experiência acumulada ao longo dos anos.

As desvantagens da idade

Embora o estudo valide que muitos aspectos mentais melhoram com a idade, não tudo é positivo. A flexibilidade cognitiva — ou a habilidade de transitar entre tarefas ou estratégias — e a empatia cognitiva tendem a declinar com o tempo. A motivação para resolver problemas abstratos, conhecida como “necessidade de cognição”, também tende a diminuir em média. No entanto, o estudo conclui que os benefícios superam as perdas, com a sabedoria adquirida compensando a velocidade decrescente do processamento mental.

Implicações para negócios e política

Essas descobertas têm implicações significativas para o mundo dos negócios e da política. Embora as tendências médias não se aplicem a todos, é evidente que muitos dos líderes mais visíveis estão ultrapassando a fase de pico de desempenho. Por exemplo, políticos como Sir Keir Starmer, com 63 anos, e Nigel Farage, com 61, ilustram essa realidade na política britânica.

Além disso, do outro lado do Atlântico, o presidente Donald Trump, com 79 anos, está visivelmente fora da faixa que apresenta o pico de funcionamento cognitivo e de estabilidade de personalidade. Seu vigor para os comícios é notável, mas a pesquisa sugere que a combinação ideal de agudeza cognitiva e estabilidade psicológica tende a ser encontrada em líderes mais jovens.

A sabedoria da maturidade

Dr. Gilles Gignac, da Universidade da Austrália Ocidental e líder da pesquisa, afirma: “A combinação de conhecimento acumulado, julgamento e experiência de vida desloca o pico do funcionamento humano para os anos cinquenta. Embora a juventude tenha suas vantagens, a maturidade traz um conjunto mais amplo e mais poderoso de ferramentas para enfrentar problemas e responsabilidades complexas.”

Criadores notáveis e suas conquistas na meia-idade

Vários indivíduos notáveis confirmam essa ideia de que a maturidade aporta resultados excepcionais. Beethoven, por exemplo, estava em seus cinquenta e poucos anos quando compôs a célebre Nona Sinfonia. A Rainha Elizabeth I tinha 54 anos quando derrotou a Armada Espanhola em 1588. Charles Darwin publicou Sobre a Origem das Espécies aos 50, enquanto Immanuel Kant liberou sua renomada obra Crítica da Razão Pura aos 57. Esses feitos celebram a criatividade e a fertilidade intelectual que podem florescer na meia-idade.

Por fim, o estudo desafia a percepção negativa da meia-idade e celebra as capacidades cognitivas que florescem durante esse período da vida. Assim, ao invés de temer essa fase, podemos encará-la como uma época de realização e crescimento pessoal.

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