Brasil, 2 de outubro de 2025
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A Fifa destaca a neutralidade em meio ao conflito em Gaza

A Fifa pede paz em Gaza, mas reafirma que não pode suspender a federação israelense de futebol, segundo seu presidente, Gianni Infantino.

Na última quinta-feira, a Fifa fez um apelo pela paz em Gaza, em meio à crescente tensão da guerra entre Israel e Hamas. O presidente da Fifa, Gianni Infantino, durante uma reunião a portas fechadas, reiterou que a organização não tem a capacidade para resolver questões geopolíticas, além de se recusar a responder aos pedidos de suspensão da federação israelense de futebol. Infantino ressaltou que “o poder do futebol” deve ser utilizado para promover a união entre as pessoas, oferecendo uma mensagem de paz e unidade.

O papel do futebol em tempos de crise

Em seu discurso, Infantino afirmou: “A Fifa não pode resolver problemas geopolíticos, mas pode e deve promover o futebol em todo o mundo, explorando seus valores unificadores, educacionais, culturais e humanitários”. Essa declaração ocorre em um contexto de pressões para que a Fifa suspenda a participação de Israel em competições internacionais, especialmente com o importante torneio das eliminatórias da Copa do Mundo de 2026 se aproximando.

O comunicado da Fifa não mencionou Israel, enquanto crescem os apelos de diversas entidades, entre elas a Anistia Internacional, que pediu a suspensão da federação israelense devido aos relatos de “devastação” em Gaza e à expansão de assentamentos ilegais na ocupada Cisjordânia.

Crescentes pedidos de sanções

Na mesma semana, Infantino se encontrou em Zurique com o presidente da Federação Palestina de Futebol (PFA), Jibril Rajub. Após a reunião, Infantino parabenizou Rajub pela resiliência da PFA durante esse difícil período, postando fotos da interação em suas redes sociais.

Nos últimos dias, diferentes autoridades e organizações, incluindo especialistas da ONU, manifestaram publicamente a necessidade de sanções contra Israel. Eles apontaram para “graves violações de direitos humanos” que estariam ocorrendo em meio ao conflito. Uma comparação feita por Lise Klaveness, dirigente da federação de futebol da Noruega, ilustra essas preocupações. Klaveness questionou a distinção entre a suspensão imposta à Rússia após a invasão da Ucrânia e a situação de Israel, afirmando que se a Rússia foi excluída, a mesma ação deveria ser aplicada a Israel.

A homenagem do futebol chileno

Enquanto a Fifa lidava com a pressão internacional, uma importante manifestação de solidariedade foi observada fora do Oriente Médio. O clube chileno Palestino prestou homenagem às vítimas do confronto entre Israel e Hamas durante um jogo de futebol no sul de Santiago. A homenagem incluiu mensagens e símbolos em defesa da causa palestina, evidenciando a forte presença e o apoio da comunidade palestina no Chile, que é considerada uma das maiores fora do mundo árabe.

Os atletas entraram em campo usando uniformes que apresentavam elementos simbólicos da bandeira palestina, além de se ajoelharem em expressão de apoio durante o jogo. Essas demonstrações polêmicas ocorrem em um contexto em que a luta por reconhecimento e direitos do povo palestino continua sendo uma questão significativa em várias partes do mundo, incluindo a América Latina, onde a comunidade palestina tem história de resistência e luta.

A busca por soluções pacíficas

O papel do futebol como um meio de manifestação política e social, especialmente em tempos de crise, tem ganhado destaque. As entidades esportivas, como a Fifa, enfrentam o dilema de como equilibrar as demandas externas por justiça com a necessidade de promover o esporte de maneira neutra e inclusiva. Enquanto Infantino afirma que “o futebol deve unir”, a pressão externa por ações mais firme em resposta às violências permanece evidentes. A distinção entre a promoção do esporte e a postura em relação a conflitos geopolíticos sugere que este diálogo só está começando e que a Fifa pode precisar evoluir sua abordagem caso queira manter credibilidade em um mundo cada vez mais polarizado.

Ao final, a mensagem é de que o futebol, apesar de ser uma ferramenta poderosa de união, também é palco de intensos debates sobre justiça social e direitos humanos, e as próximas ações da Fifa serão observadas com atenção não apenas no campo, mas em todo o cenário internacional.

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