O vice-primeiro-ministro de Taiwan, Cheng Li-chiun, afirmou nesta quarta-feira que a ilha não aceitará fabricar 50% de seus semicondutores nos Estados Unidos, mesmo após pressão de Washington. As declarações ocorreram após o secretário de Comércio norte-americano, Howard Lutnick, sugerir uma divisão igualitária na produção desses componentes eletrônicos.
Rejeição à proposta de divisão na produção de semicondutores
Cheng esclareceu em Taipei que a proposta de uma divisão de 50% na produção, feita pelos EUA, representa uma ideia dos próprios americanos. “Nossa equipe de negociação nunca se comprometeu com esse plano”, garantiu. “Podem ter certeza de que essa condição não será aceita”, acrescentou. As declarações foram dadas após Cheng retornar de Washington, onde afirmou que as negociações sobre tarifas norte-americanas às exportações taiwanesas “haviam avançado um pouco”.
Contexto das tensões comerciais e estratégicas
Taiwan, responsável por mais da metade dos semicondutores do mundo, produz praticamente todos os chips de ponta, essenciais para tecnologias como inteligência artificial e telecomunicações. A ilha luta para alcançar um acordo comercial com os Estados Unidos, após Donald Trump impor uma tarifa temporária de 20% sobre suas exportações, o que tem preocupado as fábricas locais.
O presidente norte-americano também ameaçou aplicar tarifas consideráveis sobre os semicondutores que entrarem nos EUA, diante do aumento da demanda por tecnologia avançada. Segundo o gabinete de Taipei, mais de 70% das exportações da ilha para os EUA referem-se a tecnologia e telecomunicações, incluindo chips.
Impacto geopolítico e estratégico
A crescente demanda por tecnologia de inteligência artificial elevou o superávit comercial de Taiwan com os Estados Unidos, colocando a ilha no centro das disputas comerciais entre Washington e Pequim. Com a competição por liderança tecnológica, Taiwan ganhou destaque como um aliado estratégico na cadeia global de chips.
Especialistas avaliam que a postura de Taiwan reforça sua autonomia na produção de semicondutores de ponta e sustenta seu papel como líder mundial nesse segmento, apesar das pressões externas. A ilha também tenta consolidar sua posição frente às ameaças de restrições comerciais e tarifas impostas pelos EUA.
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