Brasil, 1 de outubro de 2025
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Shutdown nos EUA pode impactar a inflação no Brasil

Paralisação do governo americano aumenta risco cambial e pode elevar preços brasileiros, influenciando a inflação futura.

O governo dos Estados Unidos entrou em shutdown nesta quarta-feira (1º), após o Congresso não chegar a um acordo sobre o orçamento federal. Essa paralisação provoca reflexos globais, especialmente na economia brasileira, ao aumentar a volatilidade do câmbio e gerar possíveis pressões inflacionárias.

Impacto do shutdown no câmbio e na inflação brasileira

O principal canal de transmissão do risco americano ao Brasil é o câmbio. A valorização do dólar, acelerada pelo aumento da aversão ao risco, torna insumos e bens importados mais caros, pressionando a inflação no país. Segundo Leonardo Ramos, economista, “se a pressão cambial persistir, o efeito sobre o IPCA pode chegar a entre 0,5 e 1 ponto percentual”.

Essa elevação afeta setores estratégicos, como combustíveis, alimentos e indústrias dependentes de matérias-primas dolarizadas, além de gerar efeitos indiretos em serviços ligados a transporte, energia e logística.

Juros, política monetária e crescimento econômico

O Banco Central do Brasil monitora a volatilidade cambial provocada pelo shutdown. Uma desvalorização contínua do real pode elevar as expectativas de inflação e dificultar a sua trajetória de relaxamento na política de juros, atualmente em isso na taxa básica (Selic).

Por outro lado, uma paralisação prolongada nos EUA pode enfraquecer a economia americana, reduzindo pressões inflacionárias globais. Nesse cenário, o Banco Central teria espaço para reduzir os juros no médio prazo, avalia Ramos.

Repercussões financeiras e de mercado

A bolsa brasileira também sofre os efeitos, com saídas de recursos estrangeiros em busca de ativos considerados mais seguros, como dólar e ouro. Essa movimentação reduz a liquidez e aumenta a volatilidade do mercado de ações.

Além disso, o prêmio de risco global fica mais elevado, encarecendo operações de crédito e dificultando captação externa por empresas brasileiras, o que pode comprometer planos de investimento.

Implicações logísticas e comerciais

O shutdown impacta ainda o comércio exterior, com atrasos na liberação de cargas nos aeroportos e alfândegas, afetando exportações brasileiras aos Estados Unidos. Indústrias dos setores automotivo, químico e médico, por exemplo, enfrentam riscos de aumento de custos por atrasos na entrega de insumos.

Nos serviços consulares, há também prejuízos na emissão de vistos e autorizações de imigração, o que pode limitar atividades de turismo, educação e negócios.

duração e cenários futuros

A influência do shutdown na inflação do Brasil dependerá da sua duração. Um evento de curta duração deve gerar apenas volatilidade temporária, enquanto uma paralisação prolongada pode ampliar a desvalorização do real e pressionar as expectativas inflacionárias.

Segundo Ramos, “se a pressão cambial continuar, veremos reflexos mais claros no IPCA. Mas, se a economia americana desacelerar consideravelmente, o Banco Central poderá ajustar a política de juros para conter os efeitos”.

Interdependência global e cenário inflacionário

O episódio demonstra como a instabilidade política nos Estados Unidos afetada a economia mundial, incluindo o Brasil, que já enfrenta desafios internos de controle de preços de alimentos, energia e combustíveis. Em última análise, o impacto do shutdown na inflação brasileira está condicionado à intensidade do movimento do dólar, à duração da paralisação e às ações do Banco Central diante desse cenário de incerteza.

Para mais detalhes, acesse a fonte original no Portal iG.

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