Prestes a deixar o cargo de ministro do Esporte, André Fufuca (PP-MA) retornou à Câmara dos Deputados nesta quarta-feira para ajudar o governo na articulação para aprovar o projeto de ampliação da faixa de isenção do Imposto de Renda. A presença ocorre poucos dias antes do prazo final estabelecido pelo seu partido, que vence no próximo domingo, para sua saída do ministério.
Movimento político e contexto de divisão no PP
Questionado pela reportagem, Fufuca afirmou que estava na Câmara para “ajudar na bancada” de seu partido, sem, no entanto, se licenciar oficialmente do ministério para participar da votação. Sua atuação faz parte de uma tentativa de reforçar a ponte entre o Planalto e a bancada do PP, que permanece dividida em relação ao projeto, relatado pelo presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL).
Apesar do apoio oficial ao texto, uma ala do PP resiste à orientação de votar favoravelmente sem a inclusão de destaques, pressionando por ajustes que possam evitar desgastes junto às bases eleitorais. Os deputados estão preocupados com possíveis impactos políticos caso as mudanças propostas prejudiquem setores específicos.
Impacto no cenário político e alinhamento com o governo
Nos bastidores, o entorno de Fufuca ao plenário afirma que sua ida ao Congresso busca suavizar a transição entre sua saída do ministério e a manutenção de uma bancada minimamente alinhada na votação. Além disso, o líder do PP, Doutor Luizinho, foi procurado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, mais cedo, para discutir a estratégia do partido.
Durante a semana, Arthur Lira passou dois dias realizando encontros com líderes do centrão para evitar alterações significativas no projeto. O deputado relator acatou três emendas que não alteram o núcleo principal da proposta, que mantém a isenção até R$ 5 mil, o desconto gradual até R$ 7,35 mil e a taxação de 10% sobre rendimentos anuais a partir de R$ 1,2 milhão.
Perspectivas e avanços na votação
O ex-presidente da Câmara mantém a intenção de aprovar o texto com o mínimo de modificações, alinhando-se ao pedido de Lula durante reuniões com dirigentes do União Brasil e do PP. O governo aposta na aprovação popular da medida para ajudar a superar resistências e garantir a tramitação com respaldo político.
Segundo fontes próximas, a expectativa é que a votação aconteça até o fim de semana, sendo fundamental para o êxito da proposta de reforma tributária e impacto na arrecadação de receitas.
Mais detalhes sobre a estratégia política e as movimentações no Congresso podem ser acompanhados na reportagem do O Globo.