A trágica morte do biólogo e pesquisador Janderson Assandre de Assis, de 31 anos, ocorreu no último dia 30, em Limoeiro do Norte, Ceará, durante uma escavação em uma gruta. Janderson, natural de São Carlos (SP), era um profissional talentoso e experiente, conhecido por suas investigações em áreas remotas e por seu amor pela natureza. Sua trajetória acadêmica e profissional, repleta de realizações e comprometimento, deixou uma vasta contribuição ao campo da ecologia.
A trajetória acadêmica e profissional de Janderson
Graduado em Biologia pela Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) em 2023, Janderson se destacou em seu campo ao conduzir pesquisas sobre o comportamento de capivaras em ambientes invadidos por espécies exóticas. Segundo informações da plataforma Lattes, sua atuação profissional abrangia diversas áreas da ecologia, como a ecologia comportamental e a análise de invasões biológicas, demonstrando um compromisso profundo com a preservação ambiental.
Com vasta experiência em levantamento e avaliação de insetos, Janderson atuava como consultor ambiental, contribuindo na elaboração de Estudos de Impacto Ambiental (EIA/RIMA). Seus conhecimentos em análise de dados e geoprocessamento foram utilizados em múltiplos projetos, buscando sempre soluções que respeitassem e preservassem a natureza.
Além de suas aptidões profissionais, Janderson era conhecido por sua devoção ao montanhismo. Ocupando o cargo de coordenador do Centro Universitário de Montanhismo e Excursionismo (CUME) da UFSCar, ele combinava sua paixão pela biologia com o amor pelas atividades ao ar livre, inspirando jovens a se conectarem com a natureza.
Sua paixão pela vida e pela exploração
Em seu perfil profissional no LinkedIn, Janderson se descrevia como “apaixonado por explorar a intersecção entre a vida selvagem e os impactos ambientais”. Essa descrição reflete a visão de amigos e colegas que o lembram como uma pessoa vibrante e positiva. “Amante da vida”, “destemido” e “corajoso” são algumas das características frequentemente mencionadas nas redes sociais em tributo ao pesquisador.
O irmão de Janderson, Jeff Assandre, publicou uma emocionante homenagem no Instagram, destacando a intensidadeCom que o jovem vivia: “Estamos em choque, em luto e agarrados em algo que ele sempre nos falava: ‘espero morrer vivendo…’. Viveu de forma intensa, amando e lutando por um mundo mais altruísta”, disse Jeff, expressando a dor pela perda.
Repercussão na comunidade acadêmica
A morte de Janderson provocou uma onda de lamentações na comunidade acadêmica. O CUME, onde ele atuava, divulgou uma nota expressando tristeza pela perda. “Hoje é um dia muito difícil para todos que passaram ao seu redor, mesmo que por poucos instantes”, disseram. A UFSCar também manifestou seu pesar, destacando o compromisso que Janderson tinha com a instituição e a sua dedicação ao meio ambiente.
A orientadora acadêmica de Janderson, Raquel Boschi, enfatizou em sua mensagem o brilho e a alegria que ele trazia para todos ao seu redor, mencionando a maneira como ele equilibrava sua paixão pela pesquisa, pelo esporte e pelos relacionamentos com amigos e familiares.
O trágico acidente
O acidente que resultou na morte de Janderson ocorreu durante uma escavação em uma área de difícil acesso. Ele e um colega desmaiaram, aparentemente devido à inalação de gases tóxicos ou à movimentação da terra. Enquanto Janderson não sobreviveu, seu colega foi resgatado e encaminhado a um hospital na região. A perda é um lembrete doloroso dos riscos que os pesquisadores correm em busca de conhecimento e compreensão dos ecossistemas.
Despedida e legado
O corpo de Janderson será transladado para sua cidade natal, São Carlos, onde sua família organizará velório e sepultamento em data a ser definida. O legado de Janderson, permeado pelo amor à ciência e ao meio ambiente, certamente persistirá na memória de todos que tiveram o privilégio de conhecê-lo e conviver com ele.
A vida de Janderson Assandre de Assis pode ter se encerrado tragicamente, mas seu legado e suas contribuições à ciência e à ecologia continuam inspirando futuras gerações de pesquisadores e ambientalistas.