Brasil, 1 de outubro de 2025
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Ouro atinge recorde histórico impulsionado por incertezas nos EUA

O ouro fechou em alta nesta quarta-feira (1º), renovando seu recorde, impulsionado pelo enfraquecimento do dólar e preocupações fiscais nos EUA

O ouro encerrou o pregão nesta quarta-feira (1º) cotado a US$ 3.897,50 por onça-troy na Comex, divisão de metais da Bolsa de Nova York (Nymex), com alta de 0,63%. Foi a terceira valorização consecutiva da commodity, que tem recebido forte fluxo de investidores devido às incertezas fiscais nos Estados Unidos e às expectativas de redução das taxas de juros pelo Federal Reserve (Fed), marcada para dezembro.

O papel do ouro como ativo de proteção em tempos de crise

Especialistas afirmam que o movimento reflete a permanência do ouro como ativo de proteção em momentos de instabilidade. “Historicamente, o ouro sempre foi considerado um reserva de valor, especialmente quando há perda de referência em ativos como dólar, ações ou títulos de renda fixa”, explica Paulo Cunha, CEO da iHUB Investimentos ao Portal iG.

Segundo Cunha, a valorização ocorre em um cenário de alta das bolsas internacionais, o que indica que a movimentação não se trata apenas de busca por proteção, mas também de uma crescente desconfiança nas moedas fiduciárias. “Bancos centrais vêm diversificando reservas, reduzindo a exposição a títulos do Tesouro dos EUA e aumentando as compras de ouro físico. Eles são hoje os principais compradores e um dos principais motores desta alta”, afirma.

Influência de fatores externos e expectativas econômicas

A recente valorização do ouro ocorre em meio a incertezas fiscais e políticas nos EUA, que aumentaram a procura por ativos considerados mais seguros. Além disso, há uma aposta de que o Fed reduzirá os juros básicos na reunião de dezembro, como resposta à desaceleração econômica e sinais de menor atividade inflacionária.

Taxas mais baixas tornam outros ativos, como os títulos de renda fixa, menos atrativos, favorecendo commodities como o ouro, que preserva valor mesmo sem oferecer rendimento. Tal cenário reforça a preferência por ativos considerados seguros em tempos de alta inflação ou volatilidade cambial.

Perspectivas para o mercado do ouro

Analistas destacam que, além dos fatores conjunturais, a alta do ouro reflete movimentos estruturais de longo prazo. O metal acumula valorização superior a 15% em 2025 e tem se consolidado como uma alternativa de proteção em meio às incertezas globais.

Paulo Cunha avalia que o momento atual une diversos elementos que reforçam a atratividade do ativo. “Mesmo sem uma crise severa, a combinação de desconfiança nas moedas tradicionais, o caráter anti-inflacionário do ouro e seu histórico de preservação de valor atraem fluxos relevantes para o mercado”, destaca.

A expectativa de curto prazo é que o ouro continue sensível às negociações fiscais nos EUA e às sinalizações do Fed. Se houver acordo para resolver a paralisação do governo, parte do prêmio de risco pode diminuir, mas a trajetória de alta permanecerá influenciada pelas políticas dos bancos centrais e pelo ambiente global de inflação ainda elevada.

Para investidores, a principal dúvida é se o ouro conseguirá manter os recordes ou se ocorrerão correções caso a situação macroeconômica melhore.

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