Jane Goodall, renomada primatologista, zoologa e defensora do meio ambiente, faleceu nesta terça-feira, aos 91 anos, em California, conforme anúncio do Instituto Jane Goodall. Sua vida foi marcada por uma dedicação incansável à pesquisa e à proteção da fauna, especialmente dos chimpanzés, na Tanzânia e além.
Legado científico e humanitário de Jane Goodall
Desde sua chegada ao Parque Nacional de Gombe, na Tanzânia, em 1960, Goodall revolucionou a ciência com suas observações inovadoras sobre os chimpanzés, desafiando antigas crenças e ampliando o entendimento sobre esses animais. Sua descoberta de que os chimpanzés usam ferramentas para obter alimento foi um marco que evidenciou a complexidade e as semelhanças com os humanos.
Além do trabalho de campo, ela se destacou como líder no movimento de conservação, fundando o Instituto Jane Goodall, que promove esforços globais para proteger habitats e espécies ameaçadas e incentivar a sustentabilidade. Em 2002, recebeu a Medalha Presidencial da Liberdade dos Estados Unidos, reconhecimento pela sua contribuição à ciência e à sociedade.
Momentos emblemáticos e humanização dos chimpanzés
Ao longo de décadas, Goodall capturou momentos de ternura e agressividade entre os primatas, revelando sua complexidade emocional. Sua observação do “quatro anos de guerra” entre grupos de chimpanzés trouxe à tona conflitos sociais intensos e rivalidades tribais. Em contrapartida, ela também registrou comportamentos de afeto, brincadeiras e gestos de reconciliação, mostrando uma face mais sensível da espécie.
Em entrevista concedida a TIME em 2009, ela descreveu um momento marcante ao acompanhar um jovem chimpanzé. Quando tentou oferecer uma nozes, o animal, após mostrar compreensão, a tocou de forma reconfortante, uma demonstração de comunicação “pré-verbal” que evidenciava a conexão entre humanos e chimpanzés.
Impacto e legado futuro
Jane Goodall dedicou sua vida a promover a conscientização ambiental e a defesa dos direitos dos animais. Sua mensagem de esperança e resistência inspira gerações a proteger o planeta. Seu trabalho permanece como um exemplo de empatia e compromisso com a preservação da biodiversidade, despertando ações concretas em todo o mundo.
O Instituto Goodall comunicou que a cientista estava em sua turnê de palestras nos Estados Unidos e faleceu de causas naturais. A comunidade científica e ambiental lamenta profundamente a perda de uma de suas maiores referências, cuja trajetória continuará influenciando futuras gerações de conservacionistas e estudiosos.
Para aprofundar na vida e na obra de Jane Goodall, leia mais na matéria completa na página oficial do instituto e confira os principais momentos de sua carreira no documentário “Miss Goodall e o Mundo dos Chimpanzés”.