Na manhã desta quarta-feira, o ministro-chefe da Secretaria de Comunicação Social, Sidônio Palmeira, enfatizou durante um debate em Brasília a necessidade de uma comunicação mais proativa por parte do governo. Ele ressaltou que a administração não pode permitir que fake news sejam divulgadas antes das informações oficiais, principalmente em momentos críticos que afetam diretamente a população.
Desafios da comunicação no governo
Sidônio, que assumiu o cargo há nove meses, refletiu sobre a recente crise do Pix, que evidenciou falhas na comunicação do governo. A polêmica surgiu quando foi anunciada uma medida da Receita Federal que exigia que fintechs notificassem movimentações financeiras acima de R$ 5 mil, similar ao que já era exigido de bancos tradicionais. O que se seguiu foi uma explosão de críticas, especialmente por parte da oposição, que alegou que a medida preparava o terreno para a taxação dos serviços Pix.
O impacto das redes sociais
A situação se agravou quando um vídeo do deputado Nikolas Ferreira (PL-MG) explodiu nas redes sociais, alcançando mais de 100 milhões de visualizações. O governo foi obrigado a recuar na medida, que Sidônio caracteriza como um erro de comunicação. “Nós não podemos deixar a fake news chegar na frente. Esse foi o erro do governo. Não comunicamos devidamente o que estávamos fazendo e quais eram as medidas,” afirmou.
A importância do conhecimento amplo entre ministros
Em seu discurso, Sidônio também enfatizou a importância de que os ministros tenham um conhecimento abrangente sobre diferentes áreas, além de suas próprias pastas. “Na minha área, eu tenho que falar com todos os ministros. Se eu não tiver conhecimento e esperar que ele me brife, estou errado,” destacou. Para ele, compreender a política pública como um todo é fundamental para que a comunicação do governo seja eficaz.
Mudança na comunicação e slogan governamental
Além de falar sobre fake news e a necessidade de interação entre as pastas, Sidônio explicou a mudança do slogan do governo de “Governo Federal: União e Reconstrução” para “Governo do Brasil: do lado do povo brasileiro.” Segundo ele, a nova abordagem busca uma comunicação mais direta e identificável com o povo, em resposta a questionamentos sobre a soberania brasileira e a necessidade de enfatizar a união em pontos convergentes.
Igualdade e combate à desigualdade social
Outro ponto abordado pelo ministro foi a desigualdade social e a importância de promover condições que permitam o crescimento de todos. Ele afirmou que a estrutura do imposto de renda muitas vezes perpetua a desigualdade, onde os que ganham mais pagam proporcionalmente menos. “Devemos diminuir os privilégios e as desigualdades,” declarou Sidônio, reafirmando que a comunicação do governo deve refletir esse compromisso com o povo brasileiro.
Para Sidônio, a mudança de slogan reflete um governo que está consciente e acolhedor às demandas da população. “Quando falamos que estamos do lado do povo brasileiro, é pegar 99% e não 0,1%. É importante criar condições para que todos possam crescer,” finalizou.
O debate, promovido pela FSB Holding, uma das maiores agências de comunicação do país, teve como objetivo reunir profissionais da área para discutir os desafios contemporâneos da comunicação pública no Brasil.
Com essas declarações e a nova postura adotada, o governo Lula busca não apenas enfrentar a desinformação, mas também engajar diretamente com a população, tornando-se uma voz confiável em meio ao turbilhão informativo da era digital.