O Ministério das Relações Exteriores do Brasil se manifestou de maneira firme em relação à interceptação da “Flotilha Global Sumud” por Israel, destacando que há cidadãos brasileiros a bordo, incluindo a deputada Luizianne Lins (PT-CE). Este grupo estava a caminho da Faixa de Gaza para realizar uma ação de ajuda humanitária, mas o ato militar de Israel gerou forte desapreço por parte do governo brasileiro.
A crítica do Itamaraty
Em nota oficial, o Itamaraty expressou seu “próprio desapreço” pela ação militar israelense, afirmando que tal ato viola direitos e colocou em risco a integridade física de manifestantes envolvidos em uma ação pacífica. O ministério enfatizou que “no contexto dessa operação militar condenável, passa a ser de responsabilidade de Israel a segurança das pessoas detidas”, referindo-se aos membros da flotilha, incluindo a deputada Lins.
Apelo por ajuda humanitária
Ainda na mesma nota, o governo brasileiro reiterou a urgência do “levantamento imediato e incondicional de todas as restrições israelenses” que barram a entrada e a distribuição de ajuda humanitária na Faixa de Gaza. Essa medida, segundo o Itamaraty, é não apenas uma necessidade humanitária, mas uma obrigação do Estado de Israel, como potência ocupante, sob as normas do direito internacional humanitário.
Comunicação com as autoridades israelenses
O ministério também destacou que a Embaixada do Brasil em Tel Aviv está em contato “permanente” com as autoridades de Israel, buscando assegurar a proteção dos cidadãos brasileiros e a continuidade das atividades humanitárias na região.
Solidariedade entre parlamentares
O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), manifestou-se sobre a questão, informando que entrou em contato com o chanceler Mauro Vieira para solicitar “todo apoio” à deputada Luizianne Lins, que foi detida em decorrência da interceptação. Motta enfatizou a importância de garantir que a parlamentar retorne à liberdade, ressaltando sua admiração por Lins e seu comprometimento com a causa humanitária.
Repercussões na Câmara dos Deputados
Surpreendido com a notícia, Motta expressou preocupação e apoio. “Recebi a notícia com surpresa, uma vez que já havia falado com a deputada na semana anterior e concedido licença a ela para que pudesse se envolver nessa missão humanitária”, disse, ressaltando que havia atingido um nível de amizade e respeito com a parlamentar.
Além disso, a deputada Erika Kokay (PT-DF) se manifestou em plenário em defesa de Lins, lembrando que a flotilha tinha como objetivo levar ajuda ao povo palestino, que enfrenta severas dificuldades, incluindo a fome. “Precisamos acompanhar esse processo”, afirmou Kokay, criticando a ação de Israel, que, segundo ela, interceptou um barco com uma missão humanitária essencial.
Conclusão
O incidente envolvendo a interceptação da flotilha por Israel e a detenção da deputada Luizianne Lins gerou fortes reações dentro do Brasil, destacando a importância da solidariedade entre os parlamentares em questões humanitárias. O governo brasileiro permanece atento à situação, fazendo pressão pela proteção dos cidadãos envolvidos e pelo restabelecimento de condições para a ajuda humanitária na Faixa de Gaza.