Brasil, 1 de outubro de 2025
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Fé e ciência se encontram no congresso em Tessalônica

O segundo congresso internacional em Tessalônica discute o papel da fé e da ciência na sociedade contemporânea.

O segundo congresso internacional em celebração ao centenário da revista “Theologia” teve início em Tessalônica, Grécia, na última segunda-feira, 29 de setembro. O evento, inaugurado pelo patriarca ecumênico Bartolomeu, abordou a temática da interação entre fé e ciência, reunindo líderes de diversas Igrejas ortodoxas e especialistas para discutir as consequências da tecnologia na sociedade.

Um encontro de tradições e saberes

Durante a cerimônia de abertura, que aconteceu na esplêndida igreja de São Demétrio, Bartolomeu enfatizou a importância da teologia ortodoxa na relação com os avanços científicos, afirmando que “A Igreja ortodoxa e sua teologia continuarão a se interessar pelos desenvolvimentos científicos”. Ele citou também as tensões que surgem entre a identidade cristã e a vida contemporânea, sugerindo que essas tensões deveriam ser vistas como oportunidades criativas para destacar a relevância do Evangelho na atualidade.

O evento contou com a presença de diversas autoridades, incluindo o presidente da Grécia, Konstantinos Tasoulas, e primazes de várias Igrejas ortodoxas, que se uniram para discutir o tema “Teologia ortodoxa e ontologia da tecnologia: consequências antropológicas, políticas, econômicas, sociais e culturais”. A programação incluiu uma cerimônia de abertura com cantos sagrados executados pelo coro “José Estudita”, arcebispo de Tessalônica.

Fé e ciência: parceiras na busca pela verdade

Num ambiente que busca promover o diálogo, o patriarca Bartolomeu expressou entusiasmo pelo encontro entre a teologia ortodoxa e a tecnologia, ressaltando que essas duas esferas não devem ser vistas como opostas, mas sim como colaboradoras em prol do ser humano. “A verdade também se revela: a pessoa humana é sempre mais do que a ciência pode apreender”, disse ele, evocando a ideia de que a abordagem do homem como criação divina confere um valor imensurável à sua existência.

Para o patriarca, é essencial entender que a ciência pode trazer benefícios indiscutíveis, mas não é capaz de solucionar os grandes dilemas existenciais que a sociedade enfrenta. Ele destacou que o futuro da civilização tecnológica está intrinsecamente ligado à eterna busca humana por entender sua própria essência: “A civilização tecnológica é uma tentativa dinâmica do homem de responder à questão central: o que é o homem?”

Desafios e oportunidades da era digital

Uma das questões debatidas foi se a tecnologia pode substituir a oração ou se a liturgia é diminuída quando transmitida online. A discussão também abrangeu a ontologia das mídias sociais e a possibilidade de proclamar o Evangelho por meio delas. Líderes da Igreja ortodoxa, incluindo o metropolita Daniel de Sófia e o primaz Georgios III, abordaram a complexidade dessa nova era digital, enfatizando a necessidade de equilíbrio entre o uso da tecnologia e a preservação dos valores espirituais.

A Igreja como guia no mundo tecnológico

Joan, primaz da Igreja ortodoxa autocéfala da Albânia, fez um apelo para que a Igreja tenha “olhos sábios” para identificar tanto os benefícios quanto os riscos da tecnologia. “O problema não é a tecnologia, mas como a usamos”, afirmou, argumentando que a tecnologia deve ser utilizada para promover não só o lucro, mas também o bem-estar espiritual da humanidade. Ele acrescentou que as necessidades da alma são tão importantes quanto as necessidades do corpo.

Fé como elemento unificador

Georgios III, primaz da Igreja ortodoxa de Chipre, também enfatizou a importância da fé como um elemento unificador em tempos de divisões sociais e políticas. “A tecnologia e a Igreja precisam andar de mãos dadas, e o que une as pessoas é a fé em Deus,” disse ele, ressaltando que a tecnologia deve ser utilizada como uma ferramenta para alcançar os outros, sempre com uma atitude humanitária. Ele acredita que é essencial construir uma relação sólida com Deus, que permeie a interação com o mundo.

O congresso continua até o dia 1º de outubro, promovendo debates que buscam não apenas compreender as implicações da tecnologia na vida cotidiana, mas também como a fé pode responder a desafios contemporâneos, sempre com um olhar atento às necessidades espirituais da humanidade.

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