O governo federal dos Estados Unidos entrou em shutdown nesta quarta-feira (1°) devido à falta de acordo entre democratas e republicanos sobre o orçamento para 2025, ameaçando a continuidade de diversos serviços públicos essenciais. A crise reflete tensões crescentes no Congresso e tem impacto direto nas operações do país.
Histórico de paralisações e contexto atual
A última grande paralisação aconteceu em dezembro de 2018, durante o primeiro mandato de Donald Trump, quando o impasse foi motivado por fundos para a construção do muro na fronteira com o México. Naquele período, o shutdown durou 35 dias e afetou aeroportos, folha de pagamento de funcionários federais e diversos serviços públicos.
Resquícios dessas disputas ainda se ressentem na política atual. A crise de hoje, marcada pela disputa sobre financiamento de programas de saúde, é a 15ª paralisação desde 1981, e uma das mais complexas, segundo analistas.
Conflitos sobre saúde e orçamento
O centro do impasse desta vez está na votação do projeto orçamentário, que não obteve votos suficientes para aprovação no Senado. Os democratas reivindicam a extensão de programas de assistência médica que estão prestes a vencer, enquanto os republicanos, liderados por Trump, defendem que saúde e gastos federais sejam tratados separadamente.
Na Casa Branca, a ação foi classificada como “shutdown democrata”, e Trump ameaçou tomar medidas extremas, como demitir servidores públicos e encerrar programas ligados aos democratas, caso a paralisação persista. “Vamos demitir muita gente. E eles serão democratas”, afirmou o presidente na última terça-feira.
Impactos e consequências imediatas
Milhares de servidores públicos serão colocados em licença, e outros poderão ter os salários suspensos, principalmente aqueles que atuam em serviços considerados não essenciais. Serviços essenciais, como fiscalização de fronteiras e segurança pública, continuam operando, mas com recursos limitados.
O custo estimado com a crise já passa de US$ 3 bilhões, conforme divulgado por fontes do governo. A incerteza por parte da população aumenta à medida que a paralisação se prolonga, afetando desde pessoas em viagens até instituições federais.
Respostas do governo e perspectivas futuras
Na terça-feira (30), senadores tentaram votar uma proposta de orçamento, mas ela foi rejeitada por poucos votos. Convocadas a negociar, lideranças democratas e republicanas não chegaram a um consenso, o que agravou a crise.
Donald Trump afirmou que o governo poderia adotar medidas “irreversíveis”, como o corte de programas e a demissão de funcionários, caso o impasse não seja resolvido em breve. Analistas avaliam que a crise evidencia a forte polarização política no país e a dificuldade de aprovação de medidas urgentes no Congresso.
Especialistas apontam que o descontrole financeiro e o desgaste político podem impulsionar esforços para um acordo em breve, mas o cenário permanece incerto. As próximas semanas serão decisivas para definir se o funcionamento do governo será normalizado ou se a paralisação se estenderá além do momento atual.
Leia mais sobre os impactos de shutdowns anteriores no G1.