No interior de Pernambuco, dois homens perderam a vida sob suspeita de intoxicação por metanol, após consumirem bebidas alcoólicas adulteradas. Os casos foram notificados à Agência Pernambucana de Vigilância Sanitária (Apevisa) nesta terça-feira (30), e um terceiro homem foi internado no Hospital Mestre Vitalino, em Caruaru, e, embora tenha sobrevivido, perdeu a visão em ambos os olhos.
Investigações estão em andamento
As vítimas residiam nas cidades de Lajedo e João Alfredo, localizadas na região do Agreste pernambucano. Os óbitos surgiram após os indivíduos apresentarem sintomas compatíveis com o envenenamento por metanol — uma substância altamente tóxica, inflamável e destinada unicamente para uso industrial, mas que é frequentemente utilizada para adulterar bebidas. Para confirmar a causa da morte, o Instituto de Medicina Legal (IML) realizará exames adequados.
Ações das autoridades de saúde
As autoridades estaduais de saúde já iniciaram investigações e fiscalizações em distribuidoras de bebidas para rastrear a origem da contaminação. A Apevisa emitiu recomendações para que as vigilâncias municipais aumentem as inspeções, colete amostras suspeitas e, se necessário, suspendam a venda de lotes adulterados.
Os primeiros sinais de intoxicação por metanol podem ser confundidos com os efeitos do álcool comum, incluindo náuseas, vômitos, dor abdominal e sonolência. No entanto, entre seis e 24 horas após a ingestão, os sintomas podem se agravar, causando visão turva, cegueira, convulsões e até coma.
Em nota, a Apevisa reforçou a necessidade de uma busca ativa por pessoas que possam ter consumido bebidas da mesma origem e destacou a importância de treinar as equipes de saúde para o manejo clínico, incluindo o uso de antídotos e hemodiálises em casos críticos.
A agência também alertou para a necessidade de desconfiar de bebidas prontas ou de produtos sem procedência e com preços significativamente inferiores ao mercado.
Crescimento dos casos de intoxicação por metanol no Brasil
Os casos de intoxicação por metanol têm aumentado em várias regiões do Brasil. Em São Paulo, por exemplo, nos últimos dias, foram registrados incidentes relacionados a bebidas adulteradas, resultando em um total de cinco mortes. Desde junho, as autoridades confirmaram seis intoxicações, incluindo duas fatalidades — uma na capital e outra em São Bernardo do Campo, no ABC Paulista.
Além disso, dez outros casos estão sob investigação, suspeitando-se de que também estejam ligados ao consumo de álcool adulterado. O metanol, conhecido como álcool metílico, é frequentemente utilizado na indústria como solvente e na produção de combustíveis, tintas e plásticos. Sua ingestão é extremamente perigosa, pois gera compostos tóxicos que atacam o sistema nervoso central e podem provocar cegueira, falência de órgãos e morte, mesmo em pequenas quantidades.
Dicas para evitar intoxicação por metanol
Diante do aumento dos casos de intoxicação, é essencial que os consumidores tomem precauções ao adquirirem bebidas alcoólicas. Aqui estão algumas orientações para evitar a intoxicação por metanol:
- Adquirir bebidas de estabelecimentos confiáveis e registrados.
- Desconfiar de bebidas com preços significativamente abaixo do mercado.
- Evitar produtos sem rótulo ou informações claras sobre a procedência.
- Estar atento à qualidade e às características da bebida consumida.
As autoridades recomendam que os consumidores reportem qualquer suspeita de bebidas adulteradas e que sintam sintomas de intoxicação procurem imediatamente assistência médica. A saúde e a segurança devem ser a prioridade em todas as escolhas de consumo.
Para mais informações sobre a intoxicação por metanol e como se proteger, acesse as notas e orientações da Apevisa e de outras autoridades de saúde.