Nas disputas políticas do Paraná, a aliança entre PT e PDT, que tem se configurado como oposição ao governo de Ratinho Júnior (PSD), enfrenta um momento de tensão. As divergências sobre a candidatura que representará a oposição na eleição de 2026 se acentuam, especialmente em relação à corrida pelo governo estadual e à possível candidatura ao Senado de Sergio Moro (União Brasil-PR). De um lado está o deputado estadual Requião Filho, que se apresenta como pré-candidato após deixar o PT e se filiar ao PDT. De outro, o PT que considera apoiar o ex-deputado estadual Enio Verri.
Conflitos internos e pesquisa eleitoral
A atual crise na esquerda foi acentuada pela divulgação da pesquisa Genial/Quaest do mês passado, que indicou Enio Verri como potencial candidato do PT, enquanto o nome de Requião Filho não foi considerado. Essa exclusão gerou um descontentamento significativo, levando o presidente nacional do PDT, Carlos Lupi, a protestar formalmente. Ele enviou um ofício ao instituto responsável pela pesquisa, ressaltando a pré-candidatura de Requião Filho e alegando que a pesquisa distorce o cenário eleitoral atual e a percepção dos eleitores paranaenses. A Quaest, em resposta, afirmou que o nome do deputado será incluído nas próximas pesquisas.
A trajetória política de Requião Filho
No início deste ano, Requião Filho decidiu seguir o exemplo de seu pai, o ex-governador Roberto Requião, ao deixar o PT e se filiar ao PDT. Essa movimentação foi autorizada pelo Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE-PR), permitindo que ele deixasse a sigla sem perder o mandato. De acordo com o deputado, essa decisão foi impulsionada por desavenças com a liderança nacional do PT. Requião Filho assumiu a liderança do diretório estadual do PDT e tem trabalhado para articular sua candidatura, mirando no ex-juiz Sergio Moro, que é considerado seu principal adversário nas eleições estaduais, com uma vantagem significativa nas pesquisas.
Desafios e disputas na candidatura do PT
Em contraste, dentro do PT, a análise da viabilidade da candidatura de Enio Verri está em andamento. Recentemente, Verri obteve 7% das intenções de voto em comparação aos 38% de Moro, conforme revelado pela pesquisa Genial/Quaest. A indicação de Verri tem o potencial de unir facções do partido que anteriormente enfrentaram conflitos na luta pelo controle do diretório estadual. Enquanto o grupo ligado à ministra Gleisi Hoffmann apoiou a reeleição de Arilson Chiorato, Zeca Dirceu, que tinha candidatura própria, acabou derrotado nessa disputa.
Possíveis alianças e movimentações eleitorais
O clima de incerteza permeia o cenário político paranaense, já que fatores como alianças e candidaturas podem mudar rapidamente. Zeca Dirceu, apesar de suas contestações internas, está agora propenso a apoiar a candidatura de Verri, assim como Chiorato, reforçando a possibilidade de uma aliança robusta dentro do PT. Segundo o presidente do diretório estadual do PT, Verri se colocou como um forte candidato não apenas ao governo, mas também ao Senado, apontando para a necessidade de ampliação da bancada federal e estadual nas próximas eleições.
Os olhos na presidência e o cenário de Ratinho Júnior
Enquanto o cenário se desenrola na luta interna dos partidos, Ratinho Júnior precisa decidir quem será seu representante nas eleições de 2026. Nomes como o secretário das Cidades, Guto Silva (PSD), e o ex-prefeito Rafael Greca (PSD) estão sendo cogitados e aparecem como possíveis concorrentes. Gilberto Silva, apesar de um desempenho abaixo na pesquisa, destaca-se como um dos nomes considerados para a disputa, em um cenário onde os adversários estavam, até recentemente, apenas explorando suas opções.
O ambiente político do Paraná está repleto de incertezas e tensões, com as alianças e divisões entre os partidos de esquerda se intensificando. Com as eleições de 2026 no horizonte, tanto PT quanto PDT terão que resolver suas divergências e unir forças para enfrentar o ex-juiz Sergio Moro e a estratégia da gestão de Ratinho Júnior.
O futuro da política paranaense passa por ajustes delicados e, sem dúvida, a dinâmica das candidaturas e das alianças políticas será crucial para determinar o vencedor dessa corrida eleitoral em 2026.