Brasil, 1 de outubro de 2025
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Diretor do FBI presenteia oficiais neozelandeses com réplicas de armas ilegais

O diretor do FBI, Kash Patel, presenteou oficiais de segurança da Nova Zelândia com pistolas 3D ilegais, gerando preocupações legais.

O diretor do FBI, Kash Patel, causou polêmica durante uma visita recente à Nova Zelândia ao presentear oficiais de alto escalão com réplicas de armas de fogo “inoperáveis” fabricadas em 3D, consideradas ilegais segundo as leis do país. A confirmação do incidente veio através de um comunicado das autoridades locais, destacando preocupações sobre as implicações legais de tal presente.

Presentes controversos durante uma visita oficial

Na ocasião, Patel entregou os objetos ao Comissário de Polícia da Nova Zelândia, Richard Chambers, ao diretor-geral do serviço de inteligência do país, Andrew Hampton, e ao diretor-geral do Escritório de Segurança das Comunicações do Governo (GCSB), Andrew Clark. A entrega ocorreu durante a abertura do primeiro escritório independente do FBI em solo neozelandês, no dia 31 de julho deste ano.

Em comunicado, as agências de segurança não especificaram quantos indivíduos receberam os presentes, descritos como uma “exibição de moeda de desafio”, sendo as pistolas parte do design. No entanto, foi destacado que as armas, mesmo sendo não operáveis, poderiam ser modificadas, o que as tornaria ilegais sob a legislação da Nova Zelândia.

Implicações legais sobre a posse de armas

De acordo com as leis locais, a posse de armas de fogo que podem ser adaptadas para funcionamento é restrita, e é necessário um tipo especial de licença, além da licença comum para armas. O não cumprimento dessas normas pode acarretar pena de até três anos de prisão ou multas que podem chegar a 4.000 dólares neozelandeses (cerca de 2.300 dólares americanos). Contudo, não há indícios de que Patel enfrentará quaisquer acusações legais.

Após a entrega dos presentes, o Comissário Chambers informou ter consultado a Autoridade de Segurança de Armas do país, que regula o uso e a posse de armas. Uma análise subsequente realizada pela referida entidade determinou que, embora inoperáveis em sua forma original, as pistolas podiam ser alteradas para se tornarem operativas. Para evitar quaisquer infrações legais, Chambers ordenou que as armas fossem retidas e destruídas.

O contexto da posse de armas na Nova Zelândia

A Nova Zelândia adotou restrições mais rígidas sobre a posse de armas após o massacre em Christchurch em 2019, onde 51 pessoas foram mortas. A investigação revelou que o autor do ataque possuía uma coleção de armas semiautomáticas, com falhas nas verificações necessárias sobre as licenças de posse. Desde então, a venda de todas as categorias de armas deste tipo foi banida.

Embora a posse de armas seja legal na Nova Zelândia, o contexto é bastante diferente do observado nos Estados Unidos. De acordo com John Battersby, especialista da Universidade Massey, a posse de armas é rara nas áreas urbanas e geralmente é restrita a caçadores e profissionais de segurança. Ele explica que o policiamento em áreas urbanas é feito de forma a evitar a normalização do porte de armas na sociedade.

A cultura armada é, segundo Battersby, “fundamentalmente diferente” da dos Estados Unidos. Na Nova Zelândia, a posse de armas não é considerada um direito, e a presença de armas em locais públicos é estritamente controlada, a ponto de qualquer cidadão ver alguém portando uma arma em uma situação cotidiana chamar imediatamente a polícia.

O panorama atual e a visita de Kash Patel

A visita de Patel à Nova Zelândia também visava reforçar as relações entre os países do Five Eyes, um grupo de cooperação em inteligência que inclui Austrália, Canadá, Nova Zelândia, Reino Unido e Estados Unidos, além de combater atividades cibernéticas e de segurança na região do Indo-Pacífico. Este foi um marco importante, sendo Patel o membro mais sênior da administração Trump a visitar a Nova Zelândia desde o início do segundo mandato do presidente.

O FBI optou por não comentar diretamente o incidente, deixando as autoridades neozelandesas lidarem com o desdobramento da situação. As repercussões do presente de Patel e o questionamento sobre as permissões de posse de armas pelos oficiais que receberam os itens, continuam a ser um foco de atenção na mídia e entre os cidadãos neozelandeses.

Enquanto isso, o debate sobre o controle de armas e as relações internacionais se intensifica, refletindo a complexidade das questões de segurança global na era contemporânea.

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