O desejo de empreender tem crescido entre os moradores de condomínios em São Paulo, e muitos estão buscando maneiras de transformar suas residências em pequenos espaços de negócios. Nesta quarta-feira (1º), o especialista em condomínios Marcio Rachkorsky compartilhou suas considerações sobre como regular essas atividades e evitar conflitos entre vizinhos. Ele abordou questões que vão desde as regras para comercialização dentro dos prédios até as melhores práticas para apoiar o empreendedorismo no ambiente condominial.
Regras para empreender no condomínio
Um dos principais pontos levantados por Rachkorsky foi sobre a ausência de uma regulamentação legal específica para comércio entre vizinhos. A gestão das atividades comerciais deve ser feita através das regras internas do condomínio, definidas em assembleias ou pelo regulamento. “Cabe ao síndico organizar critérios que vão desde a possibilidade de propaganda até o uso das áreas comuns”, explicou.
Como o síndico pode organizar negócios no condomínio?
Segundo Rachkorsky, o síndico pode incentivar o empreendedorismo criando grupos de mensagens para negócios e organizando feiras mensais nos salões de festas. “A ideia é separar as questões do dia a dia das oportunidades comerciais que podem beneficiar os moradores”, afirmou. Além disso, murais de classificados e avisos em elevadores podem ser utilizados para divulgação de produtos e serviços oferecidos pelos moradores.
Tipos de negócios que prosperam entre vizinhos
A confiança entre vizinhos cria um ambiente propício para o desenvolvimento de certos tipos de negócios. O especialista mencionou que muitos empreendedores começaram suas atividades no próprio condomínio e expandiram seus negócios com o tempo. “Serviços como alimentação, aulas particulares, transporte escolar e até pets são os mais comuns”, destacou. O diferencial é que os moradores têm uma relação direta e conhecem a reputação uns dos outros, o que facilita a tomada de decisão.
Conflitos e soluções
Apesar das oportunidades, a difusão de negócios dentro do condomínio também pode gerar conflitos. “Os problemas mais comuns são o uso excessivo de recursos coletivos e o aumento do fluxo de visitantes”, alertou Rachkorsky. Para minimizar as disputas, ele recomenda que os moradores utilizem canais distintos para negócios e assuntos gerais, evitando confusões e mal-entendidos.
O papel do síndico e da gestão condominial
O síndico desempenha um papel crucial na mediação de conflitos que surgem dos empreendimentos. Em caso de desavenças, os moradores devem levar suas queixas à gestão, que poderá revisar ou reforçar as regras internas. No caso de atividades que comprometam a segurança ou o bem-estar, a administração deve agir prontamente, podendo determinar restrições.
É legal proibir negócios no condomínio?
Sim, é legal que a gestão do condomínio proíba ou restrinja atividades comerciais, desde que isso esteja especificado no regulamento interno ou em decisões de assembleia. Essas proibições geralmente são indicadas em situações que comprometam a segurança ou causem desconforto aos moradores.
A proliferação de microempresas dentro de condomínios pode ser uma excelente oportunidade para empreendedores e moradores, desde que respeitadas as regras e o bem-estar coletivo. “A concorrência é saudável e pode beneficiar a todos, mas é essencial encontrar um equilíbrio que respeite o espaço e a privacidade de cada um”, finalizou Rachkorsky.
Assim, com a devida organização e respeito às normas, empreender dentro de um condomínio pode se transformar em uma experiência enriquecedora e promissora para todos os moradores.
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