O assassinato do renomado professor de direito Dan Markel, ocorrido em 2014 na frente de sua casa em Tallahassee, continua sendo um dos crimes mais chocantes da Flórida, e agora há fortes indícios de que sua ex-mulher, Wendi Adelson, possa ser a próxima pessoa a ser acusada. Mesmo com ela mantendo a versão de que não teve envolvimento, autoridades consideram que ela se beneficiou diretamente da morte de Markel.
O envolvimento de Wendi Adelson no caso
Segundo documentos judiciais, Wendi Adelson foi identificada como co-conspiradora não indiciada pelos promotores, o que mantém suas possibilidades de ser formalmente acusada na investigação. A ex-esposa de Markel nega qualquer participação no esquema, mas relatos indicam que ela teria tido conhecimento dos planos antes do crime.
Durante o julgamento de Donna Adelson, mãe de Wendi, a promotoria apresentou evidências que ligam a família aos dois homens responsáveis pelo crime — Sigfredo Garcia e Luis Rivera — que comandaram a execução à queima-roupa do professor, motivada por uma disputa de custódia e interesses pessoais. A própria Wendi foi questionada sobre sua localização na época e tentou justificar sua presença, afirmando que estava em casa aguardando um reparo no aparelho de TV.
Provas e depoimentos que envolvem Wendi
Relatórios mostram que Wendi trocou mensagens com amigos e familiares na época do crime, demonstrando insatisfação por viver em Tallahassee, e planejava uma mudança para o sul da Flórida. A promotoria apresentou documentos que contradizem sua versão, incluindo ligações com o irmão e uma busca por passagens para países com acordos de extradição, como o Vietnã.
Ex-namorados e testemunhas relataram conversas assustadoras, nas quais Wendi teria mencionado, de forma séria, que seu irmão, Charlie Adelson, tinha considerado contratar alguém para matar Markel. Um ex-namorado, Jeff Lacasse, afirmou que ela chegou a confessar que Charlie pesquisava opções de assassinato, o que, para analistas, reforça a hipótese de envolvimento da família Adelson.
Implicações e próximas ações legais
A investigação também revelou que Wendi estaria em Miami dias após o crime, onde teria obtido um ágil visto de emergência para o Vietnã — país sem tratado de extradição com os EUA —, o que despertou suspeitas de uma possível tentativa de fuga. Além disso, ela possui imunidade limitada, pois testemunhou contra a família em diversos processos, o que pode ser revogado caso provas mais contundentes surjam contra ela.
Especialistas legalistas avaliam que há uma forte possibilidade de Wendi ser formalmente acusada de homicídio, considerando o volume de provas indiretas, ligações com os envolvidos e o benefício que teria obtido com o assassinato. A promotoria trabalha com a possibilidade de uma acusação formal dentro do próximo ano, ante o alto grau de evidências e o andamento do caso.
Futuro do processo
Embora Donna Adelson tenha sido condenada a prisão perpétua, a investigação sobre Wendi ainda está em andamento, com promotores apontando que novas provas podem vir a ser apresentadas na fase de julgamento. O caso segue sendo um dos mais complexos e mediáticos da história criminal da Flórida, com o desfecho aguardado pela justiça e pelos familiares das vítimas.
Para policiais e juristas, a chave do caso será a calibração das provas de obediência à lei de Florida, podendo a acusação estar próxima de incluir Wendi Adelson oficialmente nesta bateria de réus. A expectativa é que a justiça seja feita em breve, encerrando um capítulo que abalou a comunidade de Tallahassee e o Estado.
