O Aeroporto Santos Dumont, localizado no Rio de Janeiro, viveu uma situação caótica nessa terça-feira (30/9), ao ficar 14 horas sem operação devido a um derramamento de óleo na pista. O incidente resultou no cancelamento de 164 voos, afetando tanto chegadas quanto partidas, e ampliou o caos para a movimentada rota Rio–São Paulo, além de impactar voos com destino a Brasília.
Entenda o que aconteceu no Santos Dumont
O problema teve início por volta das 3h da madrugada, quando óleo do motor de um caminhão “desemborrachador”, utilizado na manutenção preventiva da pista, vazou no pavimento. A Infraero esclareceu que o veículo transportava apenas óleo do motor, e não combustível, o que poderia ter agravado a situação.
A limpeza da pista foi iniciada imediatamente, conforme informado pela concessionária, mas a liberação para pousos e decolagens ocorreu apenas às 17h25 de terça. Para tanto, foi necessário o uso de um desengraxante biodegradável em conjunto com jatos de água de alta pressão, uma operação que exigiu tempo e cuidados devido à composição específica do pavimento.
“Todos os recursos disponíveis foram utilizados para liberação da pista no menor prazo possível, atendendo aos critérios normativos. Cabe ressaltar que a composição do pavimento das pistas de pouso e decolagem é específica, sendo a limpeza minuciosa necessária para garantir os níveis de atrito das aeronaves com o solo”, afirmou a Infraero em nota.
O impacto das operações aéreas
O incidente provocou um efeito dominó no fluxo de voos do Santos Dumont. A companhia Gol registrou 50 cancelamentos e 9 voos alternados, enquanto a Latam foi forçada a reacomodar clientes em outros voos, inclusive no Aeroporto do Galeão, evidenciando a severidade do transtorno. Ambas as companhias aérea enfatizaram que a situação estava além do seu controle, assegurando que a segurança dos passageiros permaneceu como prioridade.
O impacto dos cancelamentos se estendeu a outros aeroportos brasileiros, especialmente na rota Rio–São Paulo. No Aeroporto de Congonhas, em São Paulo, pelo menos 18 cancelamentos foram registrados como consequência do ocorrido. Além disso, voos com destino a Brasília também enfrentaram cancelamentos e atrasos significativos.
A dificuldade dos passageiros
Enquanto os passageiros aguardavam a reabertura da pista, muitos enfrentaram longas filas e falta de informações claras, experimentando uma espera de mais de cinco horas sem assistência adequada. Essa situação levou a Secretaria Municipal de Proteção e Defesa do Consumidor a agir, notificando a Infraero e as companhias aéreas Gol, Latam e Azul devido ao grande número de reclamações relacionadas aos atrasos e cancelamentos de voos.
“O que presenciamos hoje no aeroporto Santos Dumont é um desrespeito inaceitável ao consumidor. Falta de informação, ausência de assistência e horas de espera não podem ser tratadas com tanto despreparo pelas companhias aéreas e pela administradora do aeroporto. O Procon Carioca está tomando todas as medidas legais para garantir que os responsáveis prestem contas e que os direitos dos passageiros sejam assegurados”, destacou João Pires, secretário municipal de Proteção e Defesa do Consumidor.
Medidas emergenciais e prazos de operação
Como ação para amenizar os impactos, excepcionalmente, o horário de operação do aeroporto foi estendido para além das 23h, buscando auxiliar na regularização dos voos. Essa medida, embora necessária, veio em resposta a uma situação que, segundo muitos passageiros, deveria ter sido tratada com mais agilidade e eficiência desde o início.
O caos no aeroporto Santos Dumont serve como um alerta para as autoridades e administradoras de aeroportos sobre a importância de protocolos eficientes e planos de contingência para evitar que situações semelhantes causem transtornos tão amplos. A segurança e a comodidade dos passageiros devem ser sempre prioridades nas operações aéreas, visto que os impactos econômicos e sociais de tais incidentes são significativos.
É de se esperar que medidas sejam tomadas para evitar que um problema operacional básico leve a um caos aéreo em todo o país, garantindo assim a confiança dos passageiros na aviação brasileira.