Brasil, 1 de outubro de 2025
BroadCast DO POVO. Serviço de notícias para veículos de comunicação com disponibilzação de conteúdo.
Publicidade
Publicidade

Câmara deve votar hoje sobre ampliação da isenção do IR para quem ganha mais de R$ 5 mil

Projeto do governo propõe ampliar a faixa de isenção do Imposto de Renda e estabelecer tributação progressiva para os mais ricos

A Câmara dos Deputados deve votar nesta quinta-feira (1º) o projeto que amplia a isenção do Imposto de Renda para quem recebe até R$ 5 mil mensais, atendendo a uma promessa de campanha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A proposta também cria uma alíquota mínima de 10% para quem tem rendimentos acima de R$ 1,2 milhão ao ano e prevê compensações fiscais para equilibrar a arrecadação.

Principais pontos da proposta de ampliação da isenção do IR

O texto em análise amplia a faixa de isenção, atualmente de R$ 3.036, para até R$ 5 mil por mês. Quem recebe entre esse valor e R$ 7.350 será beneficiado com descontos proporcionais, visando aliviar a carga tributária da classe média. Além disso, o projeto prevê uma alíquota mínima de 10% para contribuintes cujo rendimento anual ultrapassa R$ 1,2 milhão, com objetivo de aumentar a progressividade do sistema tributário.

Impacto nas arrecadações e compensações fiscais

Para compensar a renúncia fiscal, uma das propostas em debate é a elevação da Contribuição Social sobre Lucro Líquido (CSLL) de instituições financeiras com lucro superior a R$ 1 bilhão, em 5%. Essa medida visa arrecadar recursos para sustentar a ampliação da faixa de isenção e os benefícios aos mais pobres.

Segundo o relator do projeto, Arthur Lira (PP-AL), a compensação resultará em uma renúncia total de até R$ 31,7 bilhões ao ano, considerando a ampliação da faixa de isenção e os ajustes nas alíquotas. Ainda assim, a estimativa é que a arrecadação fique equilibrada, sem perdas excessivas ao orçamento.

Tributação dos mais ricos e a cobrança mínima

A proposta prevê que contribuintes com rendimentos acima de R$ 600 mil por ano passarão a pagar uma tributação mínima, iniciando em zero e chegando a pelo menos 10%, incluindo dividendos e lucros distribuídos por empresas. Essa medida visa reduzir a desigualdade e reforçar a arrecadação dos mais abastados.

O pagamento será feito por meio de retenções mensais, quando o rendimento mensal ultrapassar R$ 50 mil, e na declaração anual do Imposto de Renda. Caso o total recebido no ano seja inferior a R$ 600 mil, o governo poderá aplicar uma dedução na cobrança.

Diferenças em relação à proposta inicial do governo

Embora o projeto do relator mantenha o maior núcleo do texto proposto pelo ministro Fernando Haddad, incluindo a alíquota mínima de 10%, há alterações no limite para a faixa de beneficiados. Lira estabeleceu que quem ganha até R$ 7.350 terá um benefício proporcional, enquanto a proposta do governo previa até R$ 7.000. A estimativa é de que essa ampliação atinja até 500 mil pessoas.

Outra modificação importante é a retomada do desconto de créditos tributários para empresas cujo somatório de IRPJ e CSLL ultrapasse 34%, sistema que atuará como redutor na cobrança do imposto mínimo.

Impactos fiscais e arrecadatórios

Se aprovada, a medida resultará em uma renúncia fiscal de aproximadamente R$ 31,7 bilhões anuais, considerando perdas de entes federais, estaduais e municipais. Sem o redutor, a sobra de arrecadação em três anos seria de cerca de R$ 12 bilhões, destinada a fundo de transição para a futura reforma tributária, que criará um novo Imposto sobre Valor Agregado (IVA).

Perspectivas para a votação

Apesar do consenso sobre a ampliação da faixa de isenção, há expectativa de debates no plenário acerca das compensações fiscais, das exceções à alíquota mínima e do impacto nas contas públicas. Lira destacou que o projeto está estruturado de modo que o déficit em 2028 seja pequeno e administrável pelo governo.

Se aprovada na Câmara e posteriormente no Senado, a matéria pode começar a valer em 2026, com a implementação das mudanças na cobrança do Imposto de Renda ao longo do próximo ano.

Mais detalhes sobre a tramitação podem ser consultados na reportagem do O Globo.

PUBLICIDADE

Institucional

Anunciantes