Em audiência pública na Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (Creden) da Câmara dos Deputados, nesta quarta-feira, o chanceler Mauro Vieira afirmou que o governo brasileiro continuará firme em sua posição de não misturar comércio com política em negociações com os Estados Unidos. Vieira estima que o diálogo bilateral deve se consolidar em cerca de 210 dias, após o início das conversas.
Diálogo com os Estados Unidos e risco de sanções
Segundo Mauro Vieira, o encontro entre os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Donald Trump, previsto para os próximos dias, demonstra uma nova postura de Washington que pode contribuir para superar as sanções impostas ao Brasil, como a sobretaxa de 50% e a aplicação da Lei Magnitsky contra o ministro do STF, Alexandre de Moraes, e sua esposa Viviane. O ministro ressaltou que o governo permanece atento às ações que possam afetar a soberania brasileira.
Respeito às fronteiras da soberania brasileira
Vieira afirmou que razões políticas relacionadas a processos judiciais contra o ex-presidente Jair Bolsonaro no STF não encontram espaço entre estados soberanos e independentes. Ele destacou o discurso do presidente Lula na ONU, na semana passada, no qual reforçou a autonomia do Brasil. “São inaceitáveis medidas com pretensão extraterritorial”, declarou o ministro, referindo-se às sanções que impedem, por exemplo, negociações financeiras com empresas americanas.
Perspectivas de melhorias no relacionamento bilateral
O ministro revelou que há uma expectativa de que Lula e Trump façam uma conversa telefônica antes da reunião presencial, que pode acontecer no final deste mês na Malásia, durante uma cúpula da Associação de Nações do Sudeste Asiático (Asean). Este será o primeiro encontro do presidente brasileiro em uma cúpula do bloco, formado por Indonésia, Malásia, Filipinas, Singapura, Tailândia, Brunei, Vietnã, Laos, Mianmar e Camboja.
Reações e impacto na política externa
Após o discurso de Lula na ONU, Trump anunciou, há nove dias, que faria uma reunião com o mandatário brasileiro, o que trouxe alívio temporário ao governo de Lula, mesmo diante das sanções anteriores a cidadãos brasileiros ligados ao governo Bolsonaro. Entre eles, o ministro Alexandre de Moraes e sua esposa, Viviane, alvo de ações por tentativa de golpe de Estado.
O caminho para uma relação mais equilibrada
O ministro Mauro Vieira reforçou que o Brasil mantém sua posição de soberania, buscando diálogo com os Estados Unidos, sem abrir mão de seus princípios. A expectativa é que as negociações avancem nos próximos meses, contribuindo para uma relação mais equilibrada entre as nações.