Brasil, 1 de outubro de 2025
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Bolsonaro se mantém como principal representante da direita no Brasil

A pesquisa revelou que 45% dos brasileiros veem Jair Bolsonaro como o maior líder da direita, mesmo após sua condenação.

Um levantamento recente realizado pelo Ipespe, conhecido como pesquisa Pulso Brasil, mostrou que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) continua a ser percebido como o principal representante da direita no Brasil, com 45% dos entrevistados identificando-o assim. A pesquisa foi conduzida duas semanas após sua condenação pelo Supremo Tribunal Federal (STF) e trouxe à tona uma divisão clara entre os líderes da direita no país.

A percepção do eleitorado sobre a direita

De acordo com os dados, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), é mencionado apenas por 13% dos entrevistados como líder da direita, um número significativamente inferior ao de Bolsonaro. Outros nomes mencionados na pesquisa incluem Ratinho Júnior e Ronaldo Caiado, ambos com 5%, e Romeu Zema, que teve 4% das citações. Um total de 16% dos entrevistados não se identificaram com nenhum dos candidatos apresentados, enquanto 13% não souberam responder.

Continuidade das opiniões

Os resultados dessa pesquisa são consistentes com um levantamento realizado em julho deste ano, onde Bolsonaro também obteve 45% e Tarcísio ficou com 13%. Essa continuidade sugere que a figura de Bolsonaro permanece forte entre seus apoiadores, mesmo diante de sua recente condenação.

Bolsonaro e os eleitores da direita

Entre os eleitores que se autodenominam apoiadores da direita, a percepção de Bolsonaro como seu principal representante aumenta para 63%, enquanto a citação de Tarcísio de Freitas cai para apenas 14%. Isso reforça sua influência e a lealdade de uma parte significativa do eleitorado, que se mantém firme em sua identificação com o ex-presidente.

O cenário da condenação

O levantamento em questão foi realizado entre os dias 19 e 22 de setembro, envolvendo 2,5 mil pessoas a partir de 16 anos, garantindo uma amostra representativa da população brasileira. Importante destacar a margem de erro, que é de dois pontos percentuais, com um intervalo de confiança de 95,45%.

Recentemente, Bolsonaro foi condenado pela Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal a 27 anos e 3 meses de prisão pelos crimes de tentativa de golpe de Estado, organização criminosa, abolição violenta do Estado Democrático de Direito, dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado. A condenação é um marco histórico, pois é a primeira vez que um ex-presidente do Brasil é legalmente responsabilizado por uma tentativa de golpe.

Decisão e divisões no STF

A decisão do STF foi tomada por um voto que contava com os ministros Cristiano Zanin, Cármen Lúcia, Flávio Dino e Alexandre de Moraes, que foi o relator do caso. O único voto pela absolvição veio do ministro Luiz Fux. A pena de Bolsonaro foi dividida entre 24 anos e 9 meses de reclusão, e 2 anos e 6 meses de detenção, além de uma multa de 24 dias-multa, totalizando cerca de R$ 370 mil corrigidos pelo IPCA.

Interpretação da pena

Ao estabelecer a pena, o relator Alexandre de Moraes considerou o papel de liderança que Bolsonaro exerceu na tentativa de golpe, mas também levou em conta sua idade superior a 70 anos como um fator atenuante, o que pode influenciar a forma como a pena será cumprida.

A defesa de Bolsonaro, por sua vez, argumentou que não havia provas que ligassem o ex-presidente a qualquer plano golpista, minimizando a relevância das delações feitas por seus ex-assessores. O advogado Celso Vilardi criticou abertamente as evidências apresentadas e disparou uma declaração enfática: “Não há uma única prova que atrele o presidente a Punhal Verde e Amarelo, a Operação Luneta e a 8 de janeiro.”

Conclusão

Independentemente das controvérsias e da condenação, a pesquisa do Ipespe demonstra que Jair Bolsonaro ainda detém um considerável apoio popular no cenário político brasileiro, sendo visto como um líder significativo da direita. A dinâmica política em torno de sua figura continua a ser uma fonte de debates acalorados, tanto entre apoiadores quanto opositores.

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