Brasil, 1 de outubro de 2025
BroadCast DO POVO. Serviço de notícias para veículos de comunicação com disponibilzação de conteúdo.
Publicidade
Publicidade

Asteroide 2024 YR4 pode colidir com a Lua em 2032

Um asteroide com chances de colidir com a Lua levanta questões sobre como a humanidade deve agir.

Um cenário cósmico inédito está em discussão entre pesquisadores de várias instituições, incluindo a NASA. O asteroide 2024 YR4, que tem uma probabilidade de 4% de colidir com a Lua em 2032, gerou um debate sobre como a humanidade deve reagir caso essa ameaça se concretize.

Os riscos de um impacto lunar

Caso o 2024 YR4 atinja a Lua, os cientistas alertam que isso poderia gerar detritos que superam em até mil vezes os níveis de fundo ao longo de poucos dias, o que representaria uma ameaça para astronautas e espaçonaves em órbita baixa da Terra. Este alerta foi elaborado em um artigo que se encontra atualmente na plataforma de pré-impressão arXiv, embora ainda não tenha passado pela revisão por pares. O estudo foi divulgado em um contexto onde a prevenção de desastres espaciais se torna cada vez mais pertinente.

Uma das opções discutidas para evitar a criação desse campo de detritos potencialmente perigoso seria o uso de uma explosão nuclear no asteroide. Essa proposta, como se pode imaginar, remete a cenas do filme “Armageddon”, mas o plano apresenta riscos consideráveis. É importante ressaltar que não existem testes anteriores que comprovem a eficácia desse método.

Características desconhecidas e a necessidade de uma missão de reconhecimento

Ainda não se sabe muito sobre o asteroide 2024 YR4. Características cruciais, como sua massa, são desconhecidas e fundamentais para determinar a melhor forma de “destruir” ou evitar o impacto sem criar um aumento na quantidade de detritos. Julie Brisset, diretor interino do Florida Space Institute, comentou sobre os riscos associados ao planejamento de uma detonação, enfatizando que, se a explosão não for suficiente, resultaríamos em mais problemas ao invés de resolvê-los.

O asteroide foi detectado pela primeira vez em dezembro de 2020, e a NASA estima que ele mede aproximadamente 67 metros de diâmetro. Esse tamanho é considerado perigoso, o que leva à categorização do asteroide como um potencial “destruidor de cidades”. Inicialmente, especialistas atribuíram uma baixa probabilidade de impacto na Terra, que foi posteriormente descartada. Agora, a atenção se volta para um possível impacto lunar.

Caminhos alternativos para a defesa planetária

Os autores do artigo sugerem que uma missão de reconhecimento deve ser lançada para estudar o asteroide em detalhes, incluindo a estimativa de sua massa a partir de uma proximidade. Uma vez obtidos esses dados, poderia ser construída e lançada uma carga explosiva para desviar o asteroide.

Um método alternativo à destruição nuclear poderia incluir a utilização de uma técnica já testada pela NASA. Durante a missão DART de 2022, um pequeno asteroide chamado Dimorphos teve sua trajetória alterada ao ser atingido intencionalmente por uma sonda. O sucesso dessa missão reforça a possibilidade de que mudanças de trajetória, ao invés de destruição, sejam uma solução viável.

Entretanto, o sucesso em desviar o 2024 YR4 também depende do conhecimento da sua massa, como ressaltou Brisset. Assim, ainda que existam soluções em discussão, elas implicam desafios técnicos consideráveis.

Considerações políticas e futuras observações

Após um contato com a NASA sobre o artigo publicado, Kelly Fast, responsável pela defesa planetária da agência, afirmou que não há planos atuais para desviar ou interferir no asteroide. No entanto, a NASA planeja usar o Telescópio Espacial James Webb para estudar o asteroide no início do próximo ano, o que pode melhorar a compreensão de sua trajetória orbital.

É intrigante pensar que, mesmo que definições de tecnologia e missão estejam avançando, há também considerações políticas a serem ponderadas. Embora atualmente não existam astronautas ou habitats permanentes na Lua, iniciativas de países como a China, que planeja enviar astronautas para a Lua até 2030, poderiam complicar as potenciais respostas a um impacto.

A corrida espacial entre Estados Unidos, China e outras nações traz uma nova tensão ao debate, já que qualquer plano de utilização de explosivos nucleares poderia adicionar um novo nível de complexidade e até mesmo potencial conflito sobre quem teria a liderança em qualquer tipo de estratégia.

Em suma, a discussão sobre o asteroide 2024 YR4 é não apenas uma exploração científica importante, mas também um terreno fértil para debates éticos e políticos que podem influenciar a exploração espacial nas próximas décadas.

PUBLICIDADE

Institucional

Anunciantes