Brasil, 30 de setembro de 2025
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Varejistas chineses apostam em marcas próprias para recuperar clientes

Supermercados na China intensificam estratégias com marcas próprias para enfrentar desaceleração do consumo e alta concorrência

Redes de supermercados na China estão ampliando suas linhas de marcas próprias, buscando reduzir custos e atrair consumidores mais sensíveis a preços em meio à desaceleração econômica. Essa estratégia, semelhante à adopted nos EUA e Europa, reflete a necessidade de inovar e competir em um mercado cada vez mais competitivo e volátil.

O crescimento das marcas próprias na China

Após anos dominados por hipermercados repletos de produtos de marca, redes como Wumart, Walmart e Freshippo estão enxugando custos e fortalecendo suas próprias linhas de produtos, que podem atingir ou superar a qualidade de marcas tradicionais. Segundo a China Chain Store & Franchise Association, as vendas dos maiores operadores do país ficaram estáveis em 2024, apesar de a quantidade de lojas ter diminuído quase 10% no mesmo período.

Estratégias de preços e qualidade

Marcas próprias costumam vender por valores inferiores às marcas conhecidas, eliminando intermediários e apostando em embalagens simples para reduzir custos de marketing. Jason Yu, diretor-gerente da CTR Market Research em Xangai, destacou que os consumidores chineses estão mais atentos ao preço, especialmente diante de uma economia que desacelera e gera maior racionalidade nas compras.

O aumento na busca por custo-benefício impulsiona a demanda por lojas de desconto, como Aldi, Lidl e Whole Foods, que também adotaram estratégias similares para reanimar o mercado de consumo, afetado por incertezas econômicas e um crescimento mais lento.

Iniciativas de grandes redes e impacto no mercado

O Walmart abriu sua quarta loja comunitária em Shenzhen, com foco na classe média, oferecendo produtos de qualidade confiável e preços acessíveis. A Freshippo já possui 300 lojas sob a bandeira de descontos Chaohesuan NB, onde marcas próprias respondem por cerca de 60% das vendas. A cadeia planeja acelerar sua expansão, assim como a Yonghui Superstores, que reformou lojas inspirado na marca Pangdonglai, de sucesso com suas marcas próprias.

Além disso, a Aldi dobrou suas vendas na China em 2024 e pretende expandir para mais duas cidades além de Xangai. O grupo Walmart também reforça sua presença na região, impulsionando suas marcas próprias através da rede Sam’s Club.

Concorrência com entregas rápidas e desafios do setor

Apesar das reformas nos corredores das lojas físicas para atrair clientes, o setor enfrenta forte concorrência das plataformas de e-commerce, que oferecem entregas em 30 a 60 minutos. Edison Li, ex-diretor do Sam’s Club China, afirma que esse cenário mudou o perfil do consumidor, que pouco considera ir às lojas físicas se o pedido chegar rapidamente em casa.

Por outro lado, a guerra de preços e a preferência por marcas econômicas representam riscos, como a possível deterioração das margens de lucro e o estigma vinculado à baixa qualidade percebida por alguns consumidores, especialmente após escândalos de segurança no passado.

Preços baixos e desafios de segurança

Nos supermercados de desconto, produtos de marca própria como detergentes ou leite podem custar até metade do preço dos similares de marcas tradicionais. No entanto, casos de preços extremamente baixos despertam desconfiança, como a venda de água mineral por valores extremamente baixos, levando consumidores a questionar a autenticidade do produto.

Especialistas alertam que a consolidação dessas marcas próprias pode fortalecer a influência das lojas de desconto, mas também pode gerar uma batalha de preços intensa e ameaçar marcas estabelecidas que não conseguirem se diferenciar.

Perspectivas futuras

O boom das marcas próprias na China deve continuar, impulsionado pelo aumento da sensibilidade ao preço e pela busca por maior eficiência operacional. Contudo, marcas menores e médias precisarão inovar e se diferenciar para evitar serem expulsas do mercado, que tende a ficar mais competitivo e com maior ênfase na qualidade e segurança dos produtos.

Enquanto isso, consumidores como Elisabetta Zhang, em Xangai, já percebem a vantagem de comprar produtos de marcas próprias, priorizando custo-benefício e qualidade. A tendência reflete uma mudança de comportamento que pode remodelar o varejo chinês nos próximos anos.

Fonte: O Globo

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