Brasil, 30 de setembro de 2025
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Uma igreja inclusiva: a importância da acessibilidade e acolhimento

A inclusão de pessoas com deficiência nas igrejas é um passo fundamental para construir comunidades mais justas e acolhedoras.

Vivemos tempos em que a inclusão social se torna cada vez mais indispensável, especialmente no contexto religioso. Uma igreja inclusiva deve ser entendida como um espaço de portas abertas, fiel aos ensinamentos de Jesus. No entanto, esse ideal nos leva a refletir: quem está sendo excluído, especialmente aqueles com Transtorno do Espectro Autista (TEA), e como podemos acolher melhor essas pessoas?

A realidade do espectro autista e a inclusão nas igrejas

Atualmente, a quantidade de diagnósticos de TEA vem crescendo significativamente. Essa situação traz à tona um dos maiores desafios enfrentados pelas comunidades religiosas: a inclusão de crianças, jovens e adultos com esse transtorno. Para muitos, a decisão de frequentar a igreja pode ser complicada, principalmente para aquelas famílias que hesitam em levar seus filhos devido à falta de compreensão ou acolhimento.

A autora e pedagoga Jaqueline Supriano de Souza Alves enfatiza que a verdadeira inclusão vai além de abrir as portas da igreja; é necessário abrir as mentes e os corações de todos os membros da comunidade. Muitas vezes, somos os próprios obstáculos que afastam os que desejam participar da vida religiosa. Ao refletir sobre a passagem bíblica de Mateus 19,14, somos chamados a não impedir aqueles que desejam se aproximar do sagrado.

Acessibilidade é mais do que rampas

Outro ponto crucial discutido por Jaqueline refere-se à acessibilidade. É um equívoco pensar que acessibilidade se resume apenas a rampas e banheiros adaptados. A verdadeira acessibilidade precisa contemplar adaptações que permitam a participação plena de todas as pessoas, não se restringindo apenas à maioria. Isso implica reconhecer e agir sobre as diversas necessidades que podem surgir em um ambiente comunitário.

Uma igreja que se propõe a acolher e respeitar todos os indivíduos é a verdadeira representação de Jesus, que se preocupa com a totalidade da pessoa, acima de qualquer condição particular. Pessoas com deficiência têm o direito de acessar as estruturas religiosas que garantam seu completo envolvimento, tanto nas práticas físicas quanto nas espirituais.

Um chamado à ação para líderes e comunidade

Este tema não é apenas relevante, mas essencial para a nossa sociedade contemporânea. A proposta é que líderes religiosos e membros da comunidade se conscientizem da importância de criar um ambiente acolhedor que incentive a participação ativa de todos. Essa visão se torna ainda mais pertinente quando se percebe que muitas famílias optam por não frequentar a igreja, sentindo-se excluídas por não encontrarem suporte adequado.

A construção de uma igreja inclusiva é um esforço conjunto que exige empatia, respeito e dedicação. Portanto, é fundamental que cada um de nós abra os olhos e ouvidos para o que nos rodeia e nos torne verdadeiros agentes de inclusão nas nossas comunidades religiosas. Isso implica estar atento às barreiras que ainda existem e trabalhar de forma proativa para superá-las.

Conclusão: um chamado à inclusão

Por fim, nenhuma pessoa deve ser excluída do acesso ao sagrado, que se expressa em nossas vivências religiosas, devido a qualquer deficiência. O convite que se faz é para que cada membro da igreja olhe ao seu redor e perceba o quanto ainda há a ser feito para uma inclusão verdadeiramente eficaz. Juntos, podemos construir uma comunidade religiosa que não só aceita, mas celebra a diversidade e acolhe a todos, permitindo que cada indivíduo reencontre sua essência, conforme nos ensina Jesus.

Jaqueline Supriano de Souza Alves – Pedagoga, Neuropsicopedagoga, e especialista em políticas de inclusão e educação especial.

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