O Tesouro Nacional anunciou nesta terça-feira (30/9) a revisão dos limites de referência para o estoque da dívida pública federal no Plano Anual de Financiamento (PAF) de 2025. Com a mudança, o limite mínimo passou a ser de R$ 8,5 bilhões e o máximo de R$ 8,8 bilhões, acima da faixa inicial de R$ 8,1 bilhões a R$ 8,5 bilhões.
Razões por trás da revisão nos limites do PAF
Segundo o Tesouro, os novos limites indicam um crescimento da dívida “acima do previsto inicialmente”. O órgão aponta que o aumento ocorre devido ao momento favorável às emissões, respaldado por um ambiente de maior demanda por títulos públicos federais.
“Diante de uma queda nas taxas futuras nas partes intermediária e longa da curva de juros e de um cenário de menor volatilidade em relação ao último trimestre de 2024, o Tesouro Nacional identificou uma janela de oportunidade para ampliar o volume de emissões desde o início do ano”, explicou a instituição em comunicado. “A estratégia foi executada de forma compatível com a demanda de mercado, sem exercer pressões significativas sobre os preços”, completou.
Crescimento da dívida pública em agosto
Os dados divulgados pelo Tesouro apontam que a dívida pública federal cresceu 2,59% em agosto, atingindo R$ 8,1 trilhões, após fechar julho em R$ 7,94 trilhões. O incremento ocorreu devido à emissão líquida de R$ 136,94 bilhões e à apropriação positiva de juros, no valor de R$ 76,85 bilhões.
Com esse desempenho, o saldo da dívida saiu dos limites estabelecidos no PAF, destacando a necessidade de ajustes na política de financiamento do governo.
Implicações para a gestão da dívida
De acordo com o Ministério da Economia, a revisão dos limites busca refletir o cenário atual do mercado financeiro e a maior procura por títulos públicos. A estratégia visa manter a sustentabilidade fiscal, com atenção ao ambiente de juros e às condições econômicas globais.
Especialistas avaliam que a medida pode facilitar o fortalecimento fiscal do país, desde que acompanhada de ações de gestão responsável da dívida. “A ampliação dos limites permite maior flexibilidade para o Tesouro, mas exige monitoramento constante para evitar endividamento excessivo”, comenta Roberto Mendes, analista financeiro.
Perspectivas futuras
O Tesouro Nacional afirmou que continuará acompanhando o mercado, ajustando seus limites conforme a evolução da demanda e das condições econômicas. A expectativa é que, com o ambiente de menor volatilidade, as emissões de títulos possam seguir ampliando de forma sustentável nos próximos meses, contribuindo para o equilíbrio das contas públicas.
Mais detalhes sobre a revisão dos limites e as projeções para o próximo ano podem ser acessados no site oficial do Tesouro Nacional.