O estado de São Paulo enfrenta um preocupante aumento nos casos de intoxicação por metanol, uma substância tóxica encontrada em bebidas adulteradas. Nesta segunda-feira (29), o governo paulista confirmou a terceira morte relacionada a essas intoxicações. As autoridades de saúde estão intensificando as medidas de fiscalização em estabelecimentos que vendem álcool, visando proteger a população.
Casos em ascensão e resposta das autoridades
A intoxicação por metanol tem sido alvo de grande preocupação desde que os primeiros casos começaram a ser relatados em junho deste ano. Radharani Domingos, uma designer de interiores de 43 anos, se tornou uma das vítimas mais impactantes dessa crise. Após consumir vodca em um bar na Alameda Lorena, ela apresentou sérios sintomas, incluindo cegueira, que a levaram a ser internada na UTI.
De acordo com a irmã de Radharani, Lalita, os tratamentos estão sendo realizados na esperança de recuperar a visão da designer, que permanece comprometida. “Estamos na expectativa de que algo mude”, disse Lalita. Radharani relatou que os primeiros sintomas ocorreram logo após a ingestão da bebida, e sua internação foi acompanhada por complicações severas, incluindo convulsões.
Medidas de fiscalização e alertas à população
Após a confirmação das mortes, a Polícia Civil, o Centro de Vigilância Sanitária do Estado e a Coordenadoria de Vigilância em Saúde realizaram operações de fiscalização em diversos bares na Grande São Paulo. Durante essas ações, mais de 100 garrafas de bebidas sem rótulos e com procedência duvidosa foram apreendidas. Segundo as autoridades, as bebidas recolhidas passarão por análises no Instituto de Criminalística (IC) da Polícia Técnico-Científica.
A recomendação é clara: os estabelecimentos devem redobrar a atenção em relação à qualidade e procedência das bebidas que oferecem. Além disso, a população é alertada a consumir apenas produtos de fabricantes legalizados, que possuam rótulo e lacre de segurança, para evitar riscos à saúde.
Sintomas da intoxicação por metanol
O metanol, conhecido por seu cheiro similar ao das bebidas alcoólicas comuns, é uma substância altamente tóxica. Symptomas de intoxicação incluem dor abdominal, náuseas, vômitos, cefaleia e, em casos extremos, convulsões e cegueira. Por isso, o Centro de Vigilância Sanitária orienta que qualquer pessoa que apresente esses sintomas após o consumo de bebidas de procedência suspeita busque atendimento médico imediato.
Impacto da crise de metanol
Com a crescente incidência de intoxicações graves, a preocupação se estende a diversas áreas da sociedade. O governo de São Paulo está priorizando a conscientização sobre os riscos do consumo de bebidas adulteradas, enquanto ações de fiscalização se intensificam. A Secretaria da Saúde do Estado reforça a importância de estar atento à origem das bebidas e de relatar irregularidades.
Desde junho, foram registradas seis intoxicações confirmadas, com três mortes documentadas até agora. Além de Radharani, as outras vítimas eram um homem de 58 anos em São Bernardo do Campo e outro de 54 anos na capital. Média de investigação está sendo mantida para detectar as causas desses óbitos, e a população é aconselhada a ser cautelosa.
O metanol, que antes era obtido a partir da destilação de madeira, hoje é fundamentalmente produzido industrialmente e deve ser consumido com extremo cuidado. É imperativo que a população esteja ciente dos riscos e das práticas a serem adotadas para prevenir tragédias decorrentes do consumo de bebidas adulteradas.
“O que aconteceu com Radharani é um alerta para todos nós. Precisamos ser mais cuidadosos e exigir que os produtos que consumimos sejam seguros”, concluiu Lalita, lembrando os riscos que a ingestão irresponsável pode acarretar.
As autoridades estão comprometidas em monitorar a situação e garantir que medidas de prevenção sejam implementadas, a fim de proteger a saúde da população e evitar mais tragédias relacionadas ao metanol.