Na sua nova autobiografia, “107 Dias”, Kamala Harris revela detalhes impactantes sobre sua trajetória política e suas relações internas no Partido Democrata. O livro, marcado por um tom mais aberto e confrontador, aborda desde suas escolhas de vice-presidentes até as tensões com figuras de destaque como Joe Biden, Pete Buttigieg e Nancy Pelosi.
Choque: Harris revela que Buttigieg era sua primeira opção para vice-presidente
Um dos momentos mais polêmicos acontece quando Harris admite que considerou Pete Buttigieg como seu primeiro nome para a vaga de vice-prefeito na chapa presidencial. Ela explica que, embora visse potencial no ex-prefeito, optou por não colocá-lo na posição devido a riscos políticos relacionados à sua orientação sexual, descrevendo a decisão como uma questão de “realismo”.
“Ele [ Buttigieg ] seria um candidato ideal — se eu fosse um homem branco heterossexual”, escreve Harris, acrescentando que a escolha envolveu critérios estratégicos e pessoais.
Reações variadas na internet às declarações sobre Buttigieg
Enquanto alguns internautas criticaram Harris por associar a capacidade de Buttigieg à sua sexualidade, outras pessoas defenderam a visão da vice-presidente. Rachel Maddow, do MSNBC, questionou a relação feita pela também comentarista, apontando o risco de vincularem atributos pessoais à competência política.
Já Buttigieg afirmou, em entrevista ao Politico, que ficou surpreso com a declaração de Harris e acredita que os americanos têm uma visão mais aberta. No entanto, nas redes sociais, internautas encaram as palavras de Harris como uma denúncia de uma dinâmica de resistência e preconceito mais presente na política americana.
Fracasso na entrevista ao Joe Rogan e a tensão com democratas
Outro episódio revelado na obra é a frustração de Harris por não ter participado do programa do Joe Rogan, embora tenha planejado a presença. Ela descreve ter sido surpreendida ao saber que Rogan teria gravado com Donald Trump na mesma data. Essa polêmica reforça os desafios de Harris em estabelecer conexão com o público jovem e de influenciadores digitais.
Além disso, Harris expressa seu descontentamento com democratas que atrasaram apoio após Biden desistir de disputar a reeleição, citando nomes como Gavin Newsom e membros do núcleo Obama-Pelosi. A narrativa revela divergências internas e uma postura de afronta, com a vice-presidente criticando a postura de figuras que, na sua visão, priorizaram interesses políticos acima da unidade.
Sorpreendente: Harris acusa Biden de agir por impulso na decisão de candidatura
A mais impactante de todas as revelações é a afirmação de Harris de que Biden, juntamente com Jill Biden, tomou a decisão de concorrer novamente à presidência de forma “reckless” — ou seja, irresponsável e egocêntrica, sem considerar as consequências para a democracia.
“Essa não deveria ser uma decisão de ego ou ambição pessoal”, ela assinala, colocando em dúvida o alinhamento da candidatura de Biden e sugerindo uma relação tensa entre os dois. Na internet, a fala gerou debates: alguns a enxergaram como uma tentativa de isolamento político, enquanto outros prestigiaram sua franqueza.
Impacto e futuro político de Harris
As profundas críticas e revelações de Harris sinalizam uma fase de transição em sua trajetória, com questionamentos internos sobre se ela tentará a presidência novamente em 2028. Especialistas apontam que a postura mais agressiva no livro pode afetar sua imagem perante aliados e eleitorado, mas também a posiciona como uma líder disposta a expor verdades até então escondidas.
Enquanto isso, as opiniões na internet permanecem divididas: alguns veem Nelson Harris como uma política autêntica e corajosa, outros acreditam que ela está queimando pontes importantes. O impacto do livro promete ampliar o debate sobre a dinâmica interna do Partido Democrata e o futuro de Harris na política americana.
Para entender melhor a relação entre Harris e Biden, confira nossa análise sobre a política interna do Partido Democrata aqui.
