O cenário político de Minas Gerais passa por uma reviravolta significativa. Depois de apoiar Luiz Inácio Lula da Silva (PT) durante a eleição presidencial de 2022, o Partido Social Democrático (PSD) está optando por se distanciar do atual presidente em sua estratégia para a corrida eleitoral de 2026. O PSD, que tem à frente o ex-ministro Gilberto Kassab, vai filiar o atual vice-governador mineiro Mateus Simões, do partido Novo, com o objetivo de lançá-lo como candidato à sucessão estadual no próximo ano.
Os sinais de uma nova aliança política
Mateus Simões é um aliado do governador Romeu Zema, do partido Novo, e foi parte da chapa que derrotou em 2022 o então candidato do PSD, Alexandre Kalil, na disputa pelo governo do estado. Kalil, ex-prefeito de Belo Horizonte, deixou o PSD no ano passado em meio a desavenças sobre a formação de chapa para a eleição na capital. Recentemente, ele se filiou ao PDT, um partido que está alinhado com a base do governo Lula.
Com essa nova aliança, Kalil busca atrair o voto do eleitorado mais à esquerda, embora afirme não ter intenção de se vincular de maneira acentuada ao atual presidente, diferentemente do que ocorreu em 2022. Essa mudança de estratégia é vista como uma tentativa de ampliar sua influência e conquistar novos apoiadores.
A percepção do eleitorado mineiro
Embora Lula tenha obtido uma maior votação do que Bolsonaro em Minas durante o segundo turno de 2022, muitos observadores políticos acreditam que uma associação muito próxima ao PT pode ser prejudicial para candidatos na corrida estadual de 2026. Essa consideração tem motivado o PSD a enfatizar sua autonomia e a buscar candidatos que possam ressoar mais com o eleitorado conservador do estado.
Impactos nas candidaturas do PSD
A decisão de filiar Simões ao PSD pode reduzir as chances de outras candidaturas dentro do partido, incluindo o ex-presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, que estava sendo incentivado por Lula a se candidatar ao governo de Minas. Pacheco, que é visto como um possível palanque para os interesses do PT na região, pode encontrar dificuldades em articular apoio dentro do novo cenário politico que se delineia.
Outro nome cotado dentro do PSD, o atual ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, está considerado próximo a Lula e pode optar por uma candidatura ao Senado. Nessa nova formação, Silveira espera reforçar sua base, já que интегra o grupo próximo ao governo federal.
Possíveis mudanças até 2026
A filiação de Simões ao PSD deve ocorrer na última semana de outubro. Fontes próximas ao vice-governador e à cúpula do partido confirmaram essa informação, embora as assessorias de imprensa ainda não tenham emitido um comunicado oficial sobre a mudança. Essa nova condição de Simões poderá abrir mais um palanque para o PSD, impulsionando uma candidatura de oposição a Lula no cenário nacional.
Os planos do PSD incluem apoio a candidatos presidenciais de direita, como a possível candidatura do governador do Paraná, Ratinho Jr., ou uma composição em torno do governador paulista, Tarcísio de Freitas, que também busca a validação de Bolsonaro para a corrida eleitoral.
O cenário em outros estados
É interessante notar que o PSD também busca diversificar suas alianças em outros estados, como Rio de Janeiro e Bahia, onde deverá compor palanques que se alinham com o PT nas eleições de 2026. Essa estratégia de fortalecimento e diversificação de alianças ressalta a complexidade do cenário político brasileiro e a dinâmica das relações entre os partidos.
Com um cenário em constante transformação, as próximas semanas e meses prometem ser decisivos para a definição de candidaturas e alianças que poderão moldar o futuro político de Minas Gerais e do Brasil como um todo.
