O peso argentino voltou a registrar forte pressão nesta terça-feira (30), com queda superior a 6%, levando o governo a intervir no mercado cambial para conter a devaluação. A moeda sofreu sua maior queda intradiária desde 8 de setembro, antes de o Banco Central vender dólares no mercado à vista na tentativa de estabilizar a situação financeira.
Motivos e respostas do governo argentino perante a crise do peso
Às 13h50 em Buenos Aires, o peso acumulava uma desvalorização de 1,3%, em meio à incerteza sobre o volume de dólares vendidos pelo governo de Javier Milei. O Banco Central da Argentina não se pronunciou oficialmente sobre as operações, enquanto o Ministério da Economia não respondeu aos pedidos de detalhes sobre as ações.
Reversão após estímulo internacional
Apesar de a semana ter iniciado com um avanço de mais de 10%, impulsionado pelo anúncio dos EUA de uma linha de apoio financeiro de US$ 20 bilhões, o peso voltou a recuar. As recentes perdas representam uma forte reversão no cenário cambial, alimentada pelas incertezas políticas e econômicas do país.
Impacto das medidas econômicas e desconfiança no curto prazo
O governo de Milei buscou aproveitar o breve período de alívio na semana passada ao comprar dólares fora do mercado e reforçar suas reservas internacionais. No entanto, a demanda crescente por dólares, impulsionada por preocupações com o apoio político do presidente às vésperas das eleições legislativas de novembro, mantém a desvalorização em pauta.
Contexto externo e futuro da política cambial
Além do cenário doméstico, a ausência de detalhes sobre a linha de apoio financeira dos EUA pesa sobre os ativos argentinos. Milei, que retornou recentemente dos Estados Unidos, se reunirá com o presidente Donald Trump em 14 de outubro na Casa Branca, o que aumenta as expectativas e a volatilidade do mercado cambial.
Reação do mercado e perspectivas
Títulos argentinos atrelados ao dólar, com vencimento em 2035, sofreram quedas de mais de 1,3 centavos, atingindo 54 centavos por dólar, um dos piores desempenhos entre os emergentes nesta semana. Segundo estrategistas como Alejandro Cuadrado, do BBVA em Nova York, a tendência de médio prazo é de alta do peso, apesar dos sinais de estabilização temporária após o apoio dos EUA.
O analista destacou que “a tendência de médio prazo continuará de alta, e haverá muita atenção no período pós-eleitoral às dinâmicas e próximos passos, já que este regime é visto como temporário.”
Declarações de Milei e próximos passos
Pela manhã, Milei deu um breve impulso aos ativos ao detalhar o acordo com os EUA em entrevista de televisão. Além disso, afirmou que o país manterá a linha de swap cambial com a China, mesmo enquanto negocia um pacote de resgate financeiro com Washington. O presidente argentino também declarou que a Argentina já garantiu financiamento até o final de 2025 e sinalizou mudanças no gabinete após as eleições de 26 de outubro.
Especialistas alertam que, apesar das ações pontuais, os desequilíbrios cambiais devem persistir, exigindo atenção contínua dos investidores e do governo diante do cenário político e econômico instável.
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