Brasil, 30 de setembro de 2025
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Empresário da Conafer é preso por mentir à CPI do INSS

Carlos Roberto Ferreira Lopes, presidente da Conafer, é preso após depoimento considerado enganoso pela CPI do INSS.

Na madrugada desta terça-feira, o empresário Carlos Roberto Ferreira Lopes, que preside a Confederação Nacional dos Agricultores Familiares e Empreendedores Familiares Rurais (Conafer), foi detido após a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do INSS considerar que ele mentiu durante seu depoimento. A Conafer, segundo investigações da Polícia Federal (PF), é suspeita de operar descontos ilegais na aposentadoria de beneficiários.

O depoimento que levou à prisão

O relator da CPI, deputado Alfredo Gaspar (União-AL), questionou Lopes durante a audiência sobre depósitos bancários feitos por sua associação. O presidente da CPI, senador Carlos Viana (Podemos-MG), afirmou que Lopes apresentou respostas falsas e escondeu informações cruciais. “Ele mentiu deliberadamente à CPMI desde o início, tentando nos convencer de que suas ações eram legais, o que de fato não é”, declarou Viana.

De acordo com a legislação que regulamenta depoimentos em comissões de inquérito, o empresário foi chamado como testemunha e, portanto, tinha a obrigação de dizer a verdade ou se sujeitar a punições. Após o final da CPI, Lopes foi mantido em custódia em uma sala do Senado até que sua fiança fosse paga, o que ocorreu aproximadamente às 4h da manhã.

Outros envolvidos e desdobramentos

Esta prisão não é um caso isolado; na semana passada, outro empresário, Rubens Oliveira da Costa, também foi detido sob acusações semelhantes. O senador Viana informou que o relator está preparando um pedido de prisão preventiva contra Lopes, vinculado a um esquema de desvio de benefícios dos aposentados. “Sabemos que isso é lavagem de dinheiro. O crime de falsidade ideológica não irá impedir nosso pedido de prisão”, enfatizou Viana.

A CPI possui dados que comprovam que o empresário não foi sincero durante o depoimento. “Temos a quebra de sigilo, todos os dados de depósitos nas contas, e não há dúvida sobre a necessidade de nossa resposta a esse desrespeito à comissão”, ressaltou o senador.

Acusações graves e revelações sobre a Conafer

Durante a audiência, o relator Alfredo Gaspar acusou Lopes de desviar aproximadamente R$ 130 milhões através de operações ilícitas realizadas com a ajuda de Cícero Marcelino, apontado como seu braço-direito. Lopes se defendeu, afirmando que Marcelino era apenas um fornecedor de bens e serviços. Gaspar, porém, contraiu informações do INSS, que revelam a existência de 71 mil processos judiciais alegando que a Conafer agiu sem a autorização dos aposentados. “Trata-se de um desvio flagrantemente ilegal”, concluiu Gaspar.

A CPI ainda investiga um aumento no faturamento da Conafer, que teria crescido de R$ 6,6 milhões para mais de R$ 40 milhões no período em que as fraudes se intensificaram. Um ofício encaminhado ao INSS em junho de 2022 queixava-se de descontos não autorizados em aposentadorias e pensões em favor da Conafer, entidade que se diz estar revisando seus cadastros de associados.

Consequências futuras e a luta contra fraudes

A prisão de Carlos Roberto Ferreira Lopes e as investigações em curso demonstram a seriedade das fraudes envolvendo aposentadorias e pensões no Brasil. A CPI do INSS está determinada a desmantelar essas operações ilegais e garantir que os direitos dos aposentados sejam respeitados, enquanto o público aguarda ansiosamente o desenvolvimento das próximas etapas desse caso significativo. “Se isso não for lavagem de dinheiro e organização criminosa, não sei mais o que é”, afirmou o senador Viana em um tom de alerta às autoridades.

As investigações da Polícia Federal e as ações da CPI não apenas buscam responsabilizar os envolvidos, mas também reconquistar a confiança da população no sistema previdenciário do Brasil.

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