D. Virgílio Antunes, bispo de Coimbra, celebra 40 anos de sua ordenação sacerdotal e, em uma entrevista ao jornal “Correio de Coimbra”, compartilha reflexões sobre sua vida e a trajetória da Igreja. Nascido há 64 anos na aldeia da Pia do Urso, dentro da diocese de Leiria-Fátima, D. Virgílio revela momentos marcantes de sua infância e formação religiosa que moldaram sua vocação sacerdotal.
A jornada de um futuro padre
D. Virgílio Antunes foi ordenado no dia 29 de setembro de 1985 e, desde criança, sonhava em ser padre. Recorda que a ideia surgiu durante uma catequese na igreja, onde um padre mencionou que as crianças poderiam “viver com Jesus a vida toda”. Essa frase ecoou em sua mente e, incentivado por sua professora e seu pároco, ele decidiu ingressar no seminário menor aos dez anos. “Naturalmente, sair de casa foi marcante, mas eu voltava para casa praticamente todos os finais de semana, o que tornou a experiência mais leve”, afirma.
Momentos de formação e aprendizado
Aos dezoito anos, ingressou no Seminário Maior de Coimbra, onde se aprofundou em sua fé e vocação. Uma frase que o impactou profundamente durante esse período foi: “Deus é tudo na tua vida”. “Essa ideia trouxe uma nova perspectiva à minha maneira de ser e pensar, afastando-me de cálculos racionais para uma vivência mais espiritual”, diz D. Virgílio. Ele guarda boas memórias de seu tempo no seminário: “Éramos um grupo pequeno e unido, e os sacerdotes que nos acompanhavam eram amigos e mentores”, relembra.
O amor pela Sagrada Escritura
O estudo das Ciências Bíblicas em Roma, que D. Virgílio iniciou com um certo receio, se mostrou uma etapa essencial de sua formação. “Estudar Sagrada Escritura é uma paixão”, enfatiza. Ele destaca a intensidade do curso, que requer conhecimento de línguas originais como hebraico e grego. “Foi uma experiência única que me conectou com a história bíblica de maneira mais profunda”, acrescenta, mencionando também sua passagem por Jerusalém, onde estudou arqueologia e geografia bíblica.
Experiência no Santuário de Fátima
D. Virgílio Antunes também foi reitor do Santuário de Fátima, uma experiência que considera inesquecível. “O lugar, a mensagem e a espiritualidade mariana foram fundamentais na minha vida”, reflete. Sua devoção a Nossa Senhora sempre esteve presente, influenciando sua trajetória e sua atuação pastoral.
Expectativas para o futuro da Igreja
O bispo de Coimbra deseja um futuro mais animado e confiante para a Igreja em Portugal. “Gostaria de ver uma Igreja mais viva e dinâmica, sem busca por exuberância, mas com um autêntico testemunho de fé”, afirma. Ele enfatiza a importância do entusiasmo e da partilha na vivência cristã, destacando a relevância do caminho sinodal promovido pelo Papa Francisco.
O caminho sinodal e a fraternidade
D. Virgílio considera que o caminho sinodal é essencial para criar uma Igreja mais unida e fraterna. “Devemos viver mais no amor e na partilha, permitindo que todos tenham um espaço na comunidade e contribuam para a missão da Igreja”, conclui. Para ele, a sinodalidade é a chave para construir relações mais fraternas entre os membros da comunidade religiosa.
Neste Ano Santo de 2025, D. Virgílio Antunes celebra não apenas suas quatro décadas de sacerdócio, mas também a missão de ser um agente de esperança e transformação dentro da Igreja. Desde 28 de abril de 2011, ele tem sido o bispo de Coimbra, continuando sua missão de evangelização e serviço à comunidade.
Laudetur Iesus Christus