Brasil, 29 de setembro de 2025
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Trump prometeu deportar ‘os piores de todos’. De fato, o que mostram os dados?

Dados revelam que maior parte dos imigrantes detidos por ICE não possui antecedentes criminais, desafiando narrativa de Trump

Desde o início do seu mandato, o ex-presidente Donald Trump afirmou que suas ações de imigração seriam direcionadas aos criminosos mais perigosos, prometendo remover “os piores de todos”. No entanto, estudos recentes e dados federais indicam que a maioria dos imigrantes detidos por agentes de ICE não possui antecedentes criminais, levantando questionamentos sobre a eficácia e o foco das operações de deportação.

Dados oficiais contrapõem discurso de segurança

Até 25 de setembro, cerca de 59.762 pessoas estavam sob custódia do Immigration and Customs Enforcement (ICE). Dentre elas, 17.007 tinham condenação criminal, 15.009 tinham acusações pendentes, e o maior grupo — 27.746 indivíduos — não possuía nem condenações nem acusações em andamento, de acordo com dados mais recentes.

Além disso, um relatório do Cato Institute, publicado em junho, aponta que 65% das pessoas processadas pelo ICE desde o início do ano fiscal de 2025 não tinham registrado condenações criminais. Entre aqueles que tinham condenações, 53% cumpriam penas por delitos não violentos, enquanto apenas 6,9% estavam ligados a crimes violentos.

Propostas de Trump e a realidade dos números

Apesar de suas declarações públicas de que a prioridade seria deportar criminosos perigosos, os números mostram que uma parcela significativa dos detidos não representa esse perfil. A administração de Trump anunciou que, desde sua posse em janeiro de 2025, cerca de 2 milhões de imigrantes foram removidos ou autoclandestinados, com a expectativa de alcançar quase 600 mil deportações até o final do ano, alguns registros históricos.

O Departamento de Segurança Interna reforçou que suas ações têm como foco criminosos, porém, estudos indicam que a composição do grupo detido demonstra uma realidade mais complexa e, em parte, distante da narrativa de foco exclusivo em perigosos criminosos.

Repercussões e perspectivas

Cientistas sociais e observadores afirmam que essa disparidade entre discurso oficial e dados concretos reforça o debate sobre a efetividade e limites das políticas de imigração de Trump. Muitos destacam que a narrativa de segurança foi amplamente utilizada para justificar ações que, na prática, têm atingido também indivíduos sem histórico criminal.

Especialistas alertam para a necessidade de políticas públicas baseadas em dados confiáveis, que priorizem a segurança real da população e respeitem os direitos dos imigrantes.

Autoridades de órgãos de direitos humanos continuam a observar de perto a evolução dessas operações, defendendo maior transparência e foco em ações que realmente preservem a segurança pública sem injustiças.

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