Brasil, 29 de setembro de 2025
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Reajuste nas mensalidades escolares deve chegar a 9,8% em 2026

Pais e responsáveis devem preparar suas finanças, pois mensalidades de escolas particulares terão alta recorde no próximo ano

A poucos meses do fim de 2025, o Grupo Rabbit, consultoria especializada em ensino privado, projeta que as mensalidades escolares de escolas particulares poderão aumentar cerca de 9,8% em 2026. O índice é mais do que o dobro da inflação prevista para este ano, de 4,83%, segundo pesquisa do Banco Central. O aumento deve impactar o orçamento de famílias de todo o país, que já se preparam para os reajustes no próximo ciclo letivo.

Fatores que influenciam o reajuste das mensalidades em 2026

De acordo com Christian Coelho, CEO da consultoria, o cálculo do reajuste leva em consideração três fatores principais: a inflação do período, que acumulou alta de 5,13% até agosto; os investimentos feitos pelas escolas no ano anterior; e o reajuste salarial dos professores. “O grande custo das escolas é a manutenção e os investimentos em novas atividades e recursos, como programas bilíngues”, explicou Coelho.

A pesquisa ouviu 308 escolas de diferentes regiões e revelou que, mesmo com uma inflação menor que a de anos anteriores, as instituições priorizam a recuperação de perdas acumuladas durante a pandemia de Covid-19. Em 2023 e 2024, os reajustes ficaram em 9,3% e 9,5%, respectivamente, mas o próximo deve ser ainda mais elevado.

Impacto no orçamento familiar e estratégias de antecipação

Na prática, as famílias têm sentido o peso do aumento. Circulares distribuídas a responsáveis por escolas do Rio de Janeiro e de São Paulo indicam reajustes que variam de 7% a 12,5%, dependendo da escola e do momento de renovação da matrícula. Na capital fluminense, por exemplo, o Saint John prevê ajustes entre 8,5% e 12,5%. Já em São Paulo, o Colégio Bandeirantes anunciou um reajuste de 11,5%, citando o aumento dos custos e investimentos.

Algumas famílias, como a de Cristiane Krassuski, decidiram se antecipar ao planejamento financeiro para o próximo ano. Ela mudou as filhas de escola e já efetuou a matrícula em um novo colégio para aproveitar os preços de 2025, evitando reajustes maiores e eliminando despesas extras. “Nos planejamos para pagar tudo antes, como matrícula, material e livros”, relatou Krassuski.

Contexto econômico e desafios para as escolas

O cenário de alta porcentual tem sido interpretado por especialistas como uma tentativa das escolas de recuperar perdas financeiras desde a redução de alunos e a concessão de descontos durante a pandemia. Segundo Coelho, a maioria das instituições sofreu uma redução de 40% na margem de lucro, muitas tendo que lidar com maior endividamento e inadimplência, que oscila entre 4,8% e 5,4%, chegando a 20% em algumas redes, como a Progressão.

Apesar das dificuldades financeiras, 70,5% das escolas planejam investir em atividades adicionais, como programas bilíngues e projetos socioemocionais, enquanto 52% pretendem melhorar sua infraestrutura, incluindo pintura, troca de mobiliário e atualização de equipamentos.

Negociações e alternativas para as famílias

De acordo com André Braz, coordenador do Índice de Preços do Ibre/FGV, há espaços para negociações individuais, pois o reajuste muitas vezes responde às necessidades de investimentos e de compensação por custos crescentes, como aluguel e energia. Profissionais com bom rendimento escolar ou responsáveis com mais de um aluno na mesma escola podem negociar condições melhores, como apontam especialistas.

O caso do Colégio Franco, em Laranjeiras, é um exemplo: a escola prevê alta de 9,97% para as mensalidades. Entretanto, a instituição ressalta que mudanças no segmento, como passagem do 5º para o 6º ano, podem gerar reajustes adicionais, que não fazem parte do índice geral de 9,97%.

Por que as mensalidades continuam crescendo?

Especialistas explicam que os reajustes refletem a necessidade de manter a qualidade do ensino, atualizar infraestrutura e manter equipamentos e salários compatíveis com a valorização profissional. Apesar do cenário difícil, as escolas continuam investindo em melhorias, mesmo com margens apertadas, para assegurar a qualidade da educação oferecida.

Para acessar mais detalhes e acompanhar as tendências de reajuste, leia a análise do GLOBO.

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