A Suécia, conhecida por ser um refúgio de segurança e tranquilidade, enfrenta uma crise de violência proveniente de gangues que recrutam adolescentes para realizar assassinatos brutais. Garotas a partir dos 15 anos são alvos de recrutamento nas redes sociais e são tratadas como “soldadas infantis”, recebendo dinheiro para cumprir tarefas violentas. Este fenômeno alarmante está refratado em uma sociedade que viu suas taxas de criminalidade dispararem, especialmente em relação a crimes com armas de fogo.
O recrutamento de jovens garotas
As gangues suecas, que antes costumavam usar principalmente jovens do sexo masculino, agora têm promovido o recrutamento de meninas. Essas jovens, frequentemente de origens vulneráveis, recebem promessas de dinheiro rápido, com recompensas que podem ultrapassar £ 13.000 por um assassinato bem-sucedido ou pagamentos substanciais para tarefas menos arriscadas, como a mistura de napalm. Esses incentivos financeiros são atraentes para adolescentes que buscam um estilo de vida superficial, gastando dinheiro em roupas e acessórios.
Conhecidas como “Mulheres Verdes”, essas jovens gangs, frequentemente descritas como “típicas garotas suecas”, atraem menos suspeitas ao realizar ou auxiliar em ataques violentos. Um caso notável é o de uma adolescente chamada Olivia, que foi filmada por câmeras de segurança entregando sacolas contendo ingredientes para uma bomba de incêndio a membros de uma gangue rival. Em sua defesa, Olivia afirmou que estava apenas “ajudando” e acabou recebendo uma pena de um ano de prisão por sua participação na criminalidade.
A natureza crescente da violência juvenil
A brutalidade dos crimes cometidos por essas adolescentes é alarmante, refletindo um aumento preocupante de adolescentes envolvidos em atividades violentas. No último ano, 280 garotas entre 15 e 17 anos foram acusadas de homicídio, homicídio culposo ou outros delitos violentos. É importante ressaltar que muitos desses casos não são vinculados diretamente ao crime organizado, sugerindo que os números podem ser ainda maiores. Além disso, o recente movimento do governo sueco que reduz a idade de responsabilidade criminal de 15 para 13 anos ilustra a seriedade da questão, especialmente em um cenário onde menores de idade estavam se tornando ferramentas ideais para as gangues.
Implicações e reações sociais
Os especialistas em criminalidade juvenil afirmam que a utilização de garotas nas atividades de gangues é uma estratégia por parte dos criminosos, que se aproveitam da percepção de que meninas são vistas principalmente como vítimas e não como executoras de crimes. A realidade, na verdade, revela um envolvimento mais amplo das mulheres jovens no crime do que se pensava anteriormente. A preocupação aumentou entre as autoridades, que agora estão cientes de que os grupos criminosos estão também recrutando garotas, algo que as polícias inicialmente não consideravam.
O aumento no número de garotas envolvidas em atividades criminosas não somente levantou questões de segurança pública, mas também provocou reações políticas. O primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orbán, criticou a Suécia por sua suposta ineficácia na aplicação da lei, afirmando que as gangues estão manipulando crianças suecas, cientes de que o sistema judicial frequentemente não convoca esses menores.
O futuro da juventude na Suécia
Com os jovens se tornando alvos de gangues, a situação é preocupante. O chefe da força-tarefa de violência de gangues da polícia, Erik Lindblad, advertiu que a “gig economy” da violência está se tornando a nova norma, com crianças sendo incentivadas a viajar para cometer crimes por dinheiro. Essa realidade leva a crer que muitos se envolvem nesse estilo de vida não por escolha, mas devido a pressões sociais e financeiras.
Se a Suécia não abordar essa crise de forma eficaz, o futuro da juventude poderá ser sombrio, com uma nova geração surgindo em meio ao ciclo de violência e criminalidade. As autoridades devem agir rapidamente para proteger essas jovens e interromper o ciclo de recrutamento e violência antes que se torne uma característica arraigada da sociedade sueca.