O governo dos Estados Unidos anunciou nesta segunda-feira (29) uma ampliação drástica nas sanções a subsidiárias de empresas já na lista negra, especialmente na China, como parte de uma ofensiva para reforçar o controle sobre exportações de tecnologia avançada. A medida, publicada pelo Departamento de Comércio, visa impedir que companhias sancionadas utilizem subsidiárias de pelo menos 50% de participação para escapar das restrições norte-americanas.
Sanções mais rigorosas contra subsidiárias chinesas
Segundo a nova regra da Agência de Administração de Indústria e Segurança (BIS), subsidiárias com participação relevante de empresas na lista negra agora enfrentarão as mesmas restrições que suas matrizes, incluindo limitações na exportação de produtos americanos sensíveis. Além disso, haverá exigências mais rigorosas de verificação prévia para embarques destinados a entidades com participação minoritária de companhias sancionadas.
Medida busca reforçar o controle de tecnologias estratégicas
A iniciativa reforça o esforço dos Estados Unidos em impedir que setores estratégicos, como o de chips de inteligência artificial (IA), sejam utilizados por países considerados adversários, principalmente China e Rússia. Como exemplo, a restrição afeta a Huawei, principal fabricante chinesa de chips de IA, além de outras empresas de tecnologia do país asiático, frequentemente alvo de sanções norte-americanas.
Impactos na relação sino-americana
As novas regras, que valem globalmente, provocaram rápido protesto do Ministério do Comércio da China, alegando que as ações dos EUA representam uma “supressão injustificada” das empresas chinesas. Pequim pediu que Washington “corrija seus erros” e advertiu que tomará medidas necessárias para proteger seus interesses comerciais, aumentando ainda mais a tensão diplomática entre os dois países.
Além disso, o governo chinês destacou que as sanções estão relacionadas a uma tentativa de uso de controles de exportação como arma econômica, uma acusação frequente do lado asiático nas negociações com Washington. Em nota, o ministério chinês também ressaltou que os Estados Unidos têm usado a “entity list” — uma lista de empresas restritas — para atingir empresas chinesas de tecnologia, como a Semiconductor Manufacturing International Corporation (SMIC) e Huawei, sob o pretexto de segurança nacional.
Repercussões para o mercado global de tecnologia
Especialistas alertam que as mudanças podem ampliar as dificuldades das empresas ao cumprir a regulamentação, aumentando os sinais de alerta para o setor de tecnologia. Segundo Doug Jacobson, advogado de comércio internacional, a nova regra exige maior conformidade, o que pode gerar atrasos e incerteza na hora de determinar se parceiros comerciais estão sujeitos às restrições.
Entre os impactos previstos, está o aumento da fiscalização de exportações para áreas de alta tecnologia, como inteligência artificial, com especial atenção às empresas chinesas de chips, como a Huawei, que desafia a liderança de empresas como a Nvidia na corrida pela IA, com o lançamento de novos chips de alta performance.
Contexto geopolítico e futura influência
As mudanças reforçam o fortalecimento do controle de exportações por parte dos EUA, que há anos utilizam a “entity list” para limitar o acesso de empresas chinesas a tecnologias avançadas. A campanha é vista como uma estratégia para conter o avanço econômico e militar do país asiático, especialmente na área de IA e semicondutores.
Apesar de a nova regra ser aplicada globalmente, o impacto maior é percebido na relação bilateral com a China, que considera as restrições uma forma de manipulação econômica. O Ministério do Comércio chinês já anunciou que responderá às medidas, reiterando a soberania do país na defesa de seus interesses comerciais.
Perspectivas futuras
Analistas indicam que o ambiente de incerteza criado pelas sanções reforça o clima de disputa tecnológica e comercial entre as duas maiores economias mundiais. Empresas americanas e chinesas deverão ampliar seus esforços de conformidade e buscar alternativas para continuidade de suas operações diante das novas restrições.
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