As contas do governo central, que envolvem Tesouro Nacional, Banco Central e Previdência Social, obtiveram déficit de R$ 15,6 bilhões em agosto de 2024, valor inferior ao do mesmo mês do ano anterior, de R$ 22,2 bilhões. O resultado, não corrigido pela inflação, representa o pior desempenho para agosto desde 2024, quando houve um déficit de R$ 23,3 bilhões, conforme a série histórica iniciada em 1997. No acumulado do ano, o déficit atingiu R$ 86,1 bilhões, comparado aos R$ 98,4 bilhões no mesmo período de 2024.
O resultado de agosto ficou abaixo da mediana das previsões do Prisma Fiscal do Ministério da Fazenda, que apontava um déficit de R$ 21 bilhões. Os dados são do Relatório do Tesouro Nacional (RTN), divulgado nesta segunda-feira (29/9).
Entenda as contas do governo central
- Superávit primário ocorre quando as receitas superam as despesas, sem incluir o pagamento de juros. Déficit primário acontece quando há saldo negativo.
- No acumulado de 2024, o governo central apresentou déficit primário de R$ 43 bilhões, o equivalente a 0,36% do Produto Interno Bruto (PIB). Mesmo assim, a meta fiscal de 2024 foi oficialmente cumprida, pois em dezembro do ano passado o governo registrou superávit de R$ 24 bilhões.
- A meta para 2025 é de déficit fiscal zero, ou seja, equilíbrio entre receitas e despesas.
Nos meses de agosto, o Tesouro Nacional e o Banco Central tiveram superávit de R$ 3,5 bilhões, enquanto a Previdência Social apresentou déficit de R$ 19 bilhões neste mês.
O RTN aponta que o resultado primário de agosto decorreu de um aumento de 11,1% na receita líquida (+R$ 17,4 bilhões) e de uma elevação de 5,3% na despesa total (+R$ 9,6 bilhões).
Na comparação de janeiro a agosto, o governo central registrou déficit de R$ 86,1 bilhões, uma redução em relação aos R$ 98,4 bilhões do mesmo período de 2024, ambos em valores não corrigidos pela inflação.
Meta fiscal para 2025 e projeções futuras
Após o resultado negativo em 2024, o governo federal mantém a meta de alcançar um déficit fiscal zero em 2025, com o objetivo de equilibrar as contas públicas. A estratégia inclui uma trajetória de melhoria até 2028, quando a previsão é alcançar um superávit primário de 1% do PIB.
- 2026: superávit de 0,25% do PIB (R$ 33,1 bilhões)
- 2027: superávit de 0,50% do PIB (R$ 70,7 bilhões)
- 2028: superávit de 1% do PIB (R$ 150,7 bilhões)
Para mais detalhes, acesse o Relatório do Tesouro Nacional.