Brasil, 29 de setembro de 2025
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Comediantes enfrentam críticas por participação no Festival de Comédia de Riade

Celebridades do humor estão sob ataque por se apresentarem no maior festival de comédia da Arábia Saudita, enquanto questões de direitos humanos aumentam o debate

Vários comediantes famosos, incluindo Kevin Hart, Aziz Ansari e Dave Chappelle, estão recebendo críticas por sua participação no Festival de Comédia de Riade, que acontece de 26 de setembro a 9 de outubro. O evento, considerado o maior do gênero no mundo, faz parte dos esforços do governo saudita para ampliar seus setores de entretenimento e turismo.

Qual o motivo das críticas ao Festival de Riade

Organizações de direitos humanos, como a Human Rights Watch, acusam o governo da Arábia Saudita de usar o festival para mascarar violações graves de direitos humanos, incluindo repressão à liberdade de expressão e repressão a dissidentes. A entidade destacou que, enquanto celebridades participam de shows no país, jornalistas, ativistas e blogueiros continuam sendo presos e mortos sem julgamento justo.

Reações de comediantes e opinião pública

Alguns profissionais do humor têm criticado seus colegas por aceitarem o convite. Marc Maron, por exemplo, compartilhou um vídeo satírico em suas redes sociais, fazendo referência às alegações de apoio da Arábia Saudita aos ataques de 11 de setembro, embora o governo negue essas acusações. Marcos disse: “É fácil manter a integridade quando ninguém oferece dinheiro para comprar a moral”.

Outro comediante, Zach Woods, usou um TikTok viral para questionar o que chama de hipocrisia de artistas que criticam a situação dos direitos humanos na região, mas ainda assim participam do festival. “Quem não se vende a um ditador, afinal?”, afirmou Woods na publicação.

Shane Gillis também veio à tona ao revelar que recusou um pagamento significativo para se apresentar no evento, alegando que fez um “ato de princípio”. Segundo ele, aceitar o convite seria uma forma de apoiar um regime que violenta direitos básicos, incluindo o assassinato do jornalista Jamal Khashoggi em 2018.

Críticas públicas e o silêncio dos envolvidos

Apesar do clima de controvérsia, a maioria dos comediantes que participam do festival ainda não se manifestou oficialmente. Pete Davidson, contudo, abordou a questão em uma entrevista, dizendo que aceitou o convite por entender que, ao ir, pode usar o espaço para criticar a repressão. “Tenho um histórico de desafiar regimes autoritários, e acho que posso fazer isso lá também”, comentou.

O impacto nas imagens e na reputação dos humoristas

Seu público e os espectadores online expressaram decepção e indignação com a participação de nomes conhecidos na iniciativa. Comentários como “Gross” e “Decepcionante” circulam nas redes sociais, refletindo o debate sobre o papel dos artistas na política e na imagem internacional do país.

Questões de direitos humanos e o papel do festival

Especialistas alertam que o festival visa, na verdade, melhorar a imagem do regime saudita diante do mundo. Segundo a Human Rights Watch, a presença de comediantes é uma estratégia para desviar a atenção das violações contínuas, como a prisão de dissidentes e o assassinato do jornalista Jamal Khashoggi.

Recentemente, uma sentença judicial nos Estados Unidos rejeitou uma tentativa da Arábia Saudita de descartar um processo aberto por famílias de vítimas do 11 de setembro, acusando o governo saudita de financiar os terroristas. A decisão reforça as críticas internacionais à relação do país com a comunidade global e aos esforços de autopromoção através de eventos culturais.

Reflexões finais sobre o papel dos artistas em contextos políticos

Enquanto alguns defendem que os comediantes devem exercer sua liberdade artística independentemente do contexto, outros acreditam que sua participação pode reforçar uma narrativa tolerante aos abusos de direitos humanos. A discussão permanece aberta e polarizada entre a liberdade de expressão e a responsabilidade social dos artistas.

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