O Brasil registrou a abertura de 147.358 vagas de emprego formal em agosto de 2023, segundo os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgados nesta segunda-feira, 29 de setembro, pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). Este resultado representa a pior marca para o mês desde o início da série histórica do Novo Caged, em 2020. O histórico anterior, de 214.601 postos abertos, também é de 2020.
Dados de admissões e desligamentos
No total, em agosto, foram registrados:
- 2.239.895 admissões; e
- 2.092.537 desligamentos.
A criação de novas vagas com carteira assinada representa um crescimento de 9,76% em relação ao mês anterior (julho), que teve 134.251 novas vagas. No entanto, este número representa uma queda acentuada de 62% em comparação ao mesmo mês do ano anterior (2022), que registrou 239.069 novas vagas disponíveis. No acumulado do ano, o Brasil já abriu 1.501.930 vagas, resultado de 18.447.724 contratações e 16.945.794 demissões. Este saldo é inferior ao número de vagas abertas no mesmo período de 2022, que alcançou 1,74 milhão.
O novo Caged
- Desde janeiro de 2020, o Ministério do Trabalho e Emprego adotou um novo sistema de acompanhamento do emprego formal no país, substituindo o antigo Caged por dados do Sistema de Escrituração Digital das Obrigações Fiscais, Previdenciárias e Trabalhistas (eSocial) para algumas empresas.
- Órgãos públicos e organizações internacionais que contratam celetistas ainda devem enviar informações através do Caged.
- O Novo Caged consolida dados do eSocial, do Caged e do Empregador Web, permitindo um acompanhamento detalhado da evolução do emprego formal, com recortes geográficos, setoriais, ocupacionais, por gênero e faixa etária.
Caged em agosto: setores e estados
Em agosto, quatro dos cinco grandes grupamentos de atividades econômicas mostraram crescimento no número de vagas. De acordo com as informações do MTE, os setores que se destacaram foram serviços, comércio, indústria e construção.
Veja a variação das atividades econômicas:
- Serviços: criação de 81.002 postos;
- Comércio: criação de 32.612 postos;
- Agropecuária: fechamento de 2.665 postos;
- Indústria: criação de 19.098 postos;
- Construção: criação de 17.328 postos.
Do total de 27 unidades da federação, 25 apresentaram saldo positivo em agosto, com destaque para São Paulo, Rio de Janeiro e Pernambuco.
Salário médio
O salário médio real em agosto foi de R$ 2.295,01, com um aumento de R$ 12,70 (+0,56%) em relação a julho, que foi de R$ 2.282,31. Na comparação com agosto do ano passado, o ganho real foi de R$ 19,59 (+0,86%).
Para trabalhadores considerados típicos, o salário médio foi de R$ 2.335,35, que é 1,76% maior que o salário médio geral. Por outro lado, os trabalhadores considerados não típicos tiveram um salário médio de R$ 2.006,44, que representa 12,57% abaixo do valor médio.
Com esses dados, o cenário do emprego formal no Brasil continua a se mostrar desafiador, evidenciando a necessidade de estratégias que fomentem a geração de empregos e melhorem as condições de trabalho no país.