Brasil, 29 de setembro de 2025
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Bolsonaro reafirma candidatura de Eduardo ao Senado e descarta presidência

No primeiro encontro após a prisão domiciliar, Bolsonaro defende candidatura de Eduardo ao Senado, mas descarta planos para a presidência.

No primeiro encontro desde sua condenação a 27 anos de prisão, o ex-presidente Jair Bolsonaro se reuniu com o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas. Durante o almoço, realizado no condomínio onde Bolsonaro cumpre prisão domiciliar em Brasília, ele afirmou, segundo aliados, que deseja manter a candidatura de seu filho, Eduardo Bolsonaro, ao Senado por São Paulo nas eleições de 2026, porém descartou a possibilidade de que ele concorra à presidência da República.

Apoio à candidatura de Eduardo e desafios enfrentados

A reunião teve também a presença do senador Flávio Bolsonaro e do vereador Jair Renan. Relatos de interlocutores indicam que o ex-presidente foi firme ao defender Eduardo como o nome da família para a disputa paulista. Essa decisão é vista como uma estratégia para manter a influência direta do clã no maior colégio eleitoral do país, mesmo com a concorrência de outros aliados como Guilherme Derrite, ex-secretário da Segurança, que atualmente é deputado pelo PP.

No entanto, Eduardo está fora do Brasil desde fevereiro e enfrenta investigações que podem resultar em sua inelegibilidade. Esse panorama levou aliados a começarem a discutir alternativas para a chapa senatorial. A situação é complexa, pois na última semana, Eduardo afirmou em entrevista ao Metrópoles que ainda pretende se candidatar à presidência, mesmo que não tenha o apoio do pai.

“Eu sou, na impossibilidade de Jair Bolsonaro, candidato a presidente da República; por isso que o sistema corre e se apressa para tentar me condenar em algum colegiado”, destacou Eduardo, referindo-se à sua situação jurídica.

Perspectivas políticas e pressões no PL

Entre os aliados de Bolsonaro, há uma crescente preocupação de que, se Eduardo permanecer fora do Brasil ou se sua situação legal se agravar, será inviável registrar sua candidatura para 2026. Nesse contexto, a aposta de Bolsonaro na candidatura ao Senado serve como uma tentativa de proteção, oferecendo ao filho uma plataforma mais segura do que a corrida presidencial, que se mostra cada vez mais arriscada.

Em relação ao cenário nacional, Bolsonaro disse a Tarcísio que não vê viabilidade em um projeto presidencial para Eduardo. Ao contrário do que seus aliados próximos sugerem, essa hipótese parece ser tratada como um artifício retórico, útil para manter a relevância do nome da família no debate público e reforçar a narrativa de perseguição que motiva sua base de apoio. O governador paulista, por sua vez, aproveitou a ocasião para reafirmar sua candidatura à reeleição, resistindo a pressões de setores do bolsonarismo que desejariam sua candidatura ao Planalto.

Essa insistência na reeleição é interpretada por seus aliados como uma estratégia para acalmar as especulações e ganhar tempo, especialmente considerando a indefinição sobre o futuro de Bolsonaro e a tramitação da proposta de anistia no Congresso. Muitas análises indicam que qualquer movimentação precocemente poderia gerar ruídos nas articulações políticas.

Discussões sobre a chapa e o futuro do PL

No PL, dirigentes reconhecem que a candidatura de Eduardo ao Senado era um caminho natural, mas as circunstâncias políticas estão se tornando complicadas. Valdemar Costa Neto, presidente do partido, busca equilibrar lealdade à família Bolsonaro com a pressão do centrão por nomes que ofereçam maior viabilidade eleitoral. Informações de aliados indicam que Eduardo está sendo visto como uma opção menos viável atualmente.

O próprio Tarcísio demonstra interesse em promover Derrite para a outra vaga paulista, o que permitiria ao bloco da direita formar uma chapa ao Senado mais competitiva em 2026. Além de Eduardo e Derrite, outros nomes, como Marcos Pereira, presidente do Republicanos, e Ricardo Salles estão sendo mencionados nas conversas sobre a composição das candidaturas.

O encontro também tocou na questão da anistia, com Tarcísio expressando que a proposta de redução de penas “não satisfaz”, defendendo um texto mais abrangente. Para os aliados, essa insistência em uma solução legislativa capaz de aliviar a situação de Bolsonaro funciona como moeda política, condicionando qualquer conversa sobre 2026.

Por fim, fora dos holofotes, uma ala menos radical do PL está negociando para que Bolsonaro cumpra sua pena em regime domiciliar; no entanto, a família alega que qualquer negociação ocorre sem sua autorização. O cenário político permanece em constante mudança, à medida que se aproximam as eleições. A definição sobre quem será o candidato da família Bolsonaro ao Senado e a discussão sobre sua viabilidade presidencial nos próximos anos continua em aberto.

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