O presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, anunciou nesta segunda-feira (29) a implementação da pesquisa Firmus, uma nova ferramenta para avaliar as expectativas do setor produtivo brasileiro sobre inflação, crescimento econômico e outros indicadores relevantes. A iniciativa visa complementar os levantamentos já realizados junto às famílias e consumidores pelo Focus, incluindo pela primeira vez a visão do setor empresarial de forma sistemática.
Contexto e objetivos da pesquisa Firmus
Segundo Galípolo, a pesquisa tem o objetivo de obter uma leitura mais precisa do setor produtivo, que muitas vezes possui opiniões mais dispersas do que o mercado financeiro, que tende a ser mais homogêneo. “Era importante ter também essa interlocução e esse canal institucional, formal, para ouvir o setor real da economia,” afirmou o presidente do BC durante o lançamento do levantamento.
Dados e resultados iniciais
Os resultados preliminares da fase piloto da pesquisa, realizada entre 11 e 29 de agosto, não diferem significativamente das expectativas captadas pelo Focus, e estão “muito próximos” das opiniões de instituições financeiras, destacou Galípolo. A pesquisa será trimestral, com coletas em fevereiro, maio, agosto e novembro, e seus resultados serão divulgados até o final do mês seguinte.
Composição e participantes da pesquisa
A pesquisa envolve um grupo diversificado de participantes, incluindo empresas não financeiras, gestores de fundos de previdência, pesquisadores, federações e instituições financeiras. De acordo com o diretor de Política Econômica do BC, Diogo Guillen, a dispersão de opiniões evidenciada na Firmus reflete as diferentes sensibilidades dos setores a insumos como câmbio e mão de obra.
Expectativas econômicas e conjuntura atual
O levantamento aponta que as expectativas de inflação para 2026 estão em 4,0% a 4,5%, enquanto as projeções de crescimento do PIB são de 1,9% a 2,1% para os próximos anos. Esses números são compatíveis com o boletim Focus divulgado nesta semana, que projeta inflação de 4,28% para 2026 e crescimento de 1,8% para o mesmo período.
Resiliência da economia e desafios monetários
Galípolo também afirmou que, apesar do Banco Central manter a taxa básica de juros em 15% ao ano, a economia brasileira demonstra grande resiliência. Ainda assim, há esforço contínuo para que a inflação atinja a meta de 3%, conforme explicou. O diretor de Política Econômica, Diogo Guillen, acrescentou que a nova pesquisa contribuirá para o acompanhamento das expectativas das empresas, complementando as informações do mercado financeiro, que geralmente apresenta opiniões mais homogêneas.
Perspectivas futuras
Com a consolidação da fase piloto, espera-se que a pesquisa Firmus se torne uma ferramenta importante para orientar a política monetária do Banco Central, permitindo uma compreensão mais clara das diferentes percepções do setor produtivo e facilitando a formulação de estratégias mais eficazes para controlar a inflação e estimular o crescimento econômico.