No cenário do futebol brasileiro, a superstição e os números frequentemente se entrelaçam. Para muitos torcedores, recorrer a rituais, promessas e camisas da sorte é uma maneira comum de buscar a tão sonhada vitória. Um estudo recente, no entanto, trouxe à tona um novo fator curioso: os árbitros também podem ser considerados verdadeiros amuletos para algumas equipes. A pesquisa afirma que, dependendo de quem apita, a média de pontos no Campeonato Brasileiro pode quase duplicar.
O estudo por trás da estatística
Realizado pelo portal Bolavip Brasil, em colaboração com dados da plataforma Opta, o levantamento analisou todas as partidas da Série A desde 2021 até a 23ª rodada da atual temporada. O foco foi calcular as médias de pontos conquistados por cada time sob a arbitragem de diferentes juízes, excluindo aqueles que apitaram quatro ou menos jogos de um mesmo clube. Os resultados refletem quais árbitros parecem trazer mais “sorte” para as respectivas torcidas.
Um dos achados mais impressionantes foi a performance do Coritiba sob a direção de Raphael Claus. Com Claus no apito, o Coritiba acumulou quatro vitórias em cinco jogos, resultando em uma média de 2,4 pontos por partida – uma performance três vezes superior à média do time sem ele, que é de apenas 0,8 pontos. Essa relação intrigante entre árbitros e resultados é um convite à reflexão e mostra que a arbitragem pode impactar os resultados de maneira significativa.
Clubes que se beneficiam de juízes específicos
Outro caso notável é o do Santos, que experimenta um salto em sua média de pontos quando o árbitro é Paulo Cesar Zavonelli: a média sobe de 1,1 para 2,3 pontos por jogo. Zavonelli também tem se mostrado um juiz de sorte para o Palmeiras, que se mantém invicto com ele, somando cinco vitórias em cinco jogos. Sem sua arbitragem, a média do time cai para 1,9 ponto.
Sávio Pereira Sampaio emerge como um verdadeiro talismã para duas equipes: o Atlético-MG e o Flamengo. Com Sampaio, o Atlético-MG conquista uma média de 2,7 pontos por jogo, enquanto o Flamengo atinge a mesma média; curiosamente, ambos os clubes têm um desempenho menor sem ele, mostrando que sua presença tem um impacto considerável nos resultados.
Os principais árbitros da sorte
O levantamento revela quais árbitros foram mais influentes no aumento do aproveitamento dos clubes. Confira a lista dos juízes que mais contribuíram para o sucesso das equipes:
- Palmeiras: Paulo Cesar Zavonelli (3 pts/jogo; sem ele: 1,9)
- Atlético-MG: Sávio Pereira Sampaio (2,7; 1,5)
- Flamengo: Sávio Pereira Sampaio (2,7; 1,7)
- Fortaleza: Bruno Arleu de Araújo (2,6; 1,4)
- Coritiba: Raphael Claus (2,4; 0,8)
- Botafogo: Paulo Cesar Zavonelli (2,4; 1,6)
- Santos: Paulo Cesar Zavonelli (2,3; 1,1)
- São Paulo: Bráulio da Silva Machado (2,2; 1,3)
- Internacional: Edna Alves Batista (2,2; 1,3)
- Grêmio: Marcelo de Lima Henrique (2,1; 1,2)
- Athletico-PR: Luiz Flávio de Oliveira (2,1; 1,3)
- Fluminense: Edna Alves Batista (2,1; 1,4)
- Corinthians: Paulo Cesar Zavonelli (2,1; 1,4)
- Ceará: Caio Max Augusto Vieira (2; 1,1)
- Cruzeiro: Flávio Rodrigues de Souza (1,8; 1,4)
- Bahia: Rafael Rodrigo Klein (1,8; 1,2)
- RB Bragantino: Raphael Claus (1,8; 1,3)
- Vasco: Raphael Claus (1,7; 1,1)
- Goiás: Wagner do Nascimento Magalhães (1,6; 1,0)
- Juventude: Matheus Delgado (1,5; 0,9)
O impacto das arbitragens nos resultados
Embora o levantamento não explique se os resultados são meramente coincidência, reflexões sobre os estilos de arbitragem ou mesmo superstição, o que importa para os torcedores é a esperança de que, quando o juiz certo apita, as chances de vitória aumentam. Essa ligação intrigante entre a arbitragem e o desempenho dos clubes urge uma análise mais aprofundada à medida que a temporada avança e os torcedores depositam suas esperanças em seus amuletos pessoais.
Independente de como interpretar essas estatísticas, o fato é que no futebol, a crença e a figura do juiz podem influenciar mais do que se imagina, estabelecendo um novo campo para a análise do desempenho das equipes no campeonato.
