Na quinta-feira (26), o presidente Donald Trump anunciou que os Estados Unidos aplicarão uma tarifa de 100% sobre produtos farmacêuticos de marca ou patenteados importados, a partir de 1º de outubro. A medida faz parte de uma estratégia para fortalecer a produção nacional, mas gera preocupações e debates no setor de saúde e economia do país.
Tarifa de 100% nos medicamentos e possíveis isenções
De acordo com Trump, a tarifa só será isenta para empresas que estejam construindo ou expandindo suas fábricas de medicamentos nos Estados Unidos, o que já motivou algumas companhias, como Roche e Novartis, a anunciarem planos de expansão no país. “Essa tarifa visa estimular a produção doméstica de medicamentos”, afirmou o presidente via rede social Truth Social, acrescentando que a iniciativa pode ser revista se empresas demonstrarem investimentos nos EUA.
O anúncio tem provocado reações mistas. Enquanto alguns celebram a possibilidade de produtos serem produzidos internamente, outros temem que o aumento de custos possa elevar significativamente o preço de remédios, prejudicando consumidores e o sistema de saúde.
Impacto no setor farmacêutico e resistência de associações
Especialistas alertam para os efeitos negativos de uma tarifa tão elevada. Alex Schriver, vice-presidente da Pharmaceutical Research and Manufacturers of America (PhRMA), declarou que “cada dólar gasto com tarifas é um dólar que poderia ser investido em inovação e desenvolvimento de novos tratamentos”. Segundo ele, medicamentos costumam ser isentos de tarifas justamente para evitar aumento de custos e escassez.
Além disso, a complexidade de estabelecer fábricas nos EUA leva de 5 a 10 anos, segundo estudos da própria PhRMA, tornando a implementação dessa tarifa uma tarefa de longo prazo que pode não surtir efeito imediato.
Reações públicas e críticas à medida de Trump
No mercado, a reação de parte da população foi de ceticismo e preocupação. Alguns usuários nas redes sociais criticaram a decisão, questionando se a tarifa não aumentará o preço dos remédios e causará dificuldades financeiras, enquanto outros apontaram que a iniciativa poderia até prejudicar a saúde pública.
“Em duas semanas, haverá uma suspensão de 90 dias. Quem acredita nisso?”, comentou um usuário no Reddit. Já outro afirmou que “meus custos com remédios podem subir, e ninguém parece se importar com isso.”
Perspectivas e próximos passos
Especialistas indicam que, embora o anúncio tenha causado alvoroço, ainda há muitos detalhes a serem esclarecidos por parte do governo. A expectativa é de que novas regras e regulações sejam divulgadas em breve, além de possíveis negociações com grandes empresas farmacêuticas.
O momento econômico instável nos EUA reforça as preocupações sobre o impacto dessas tarifas na inflação e na oferta de medicamentos essenciais. Analistas avaliam que a medida pode alterar a dinâmica do mercado, com efeitos duradouros nas próximas décadas.