Em uma medida preventiva para evitar interferências do crime organizado nas próximas eleições, o Tribunal Regional Eleitoral do Rio de Janeiro (TRE-RJ) anunciou mudanças significativas em alguns locais de votação. A decisão foi divulgada em um comunicado oficial nesta terça-feira e reflete a crescente preocupação com a segurança dos eleitores em contextos onde a influência das facções criminosas é alarmante.
O contexto da mudança
Segundo o desembargador Claudio de Mello Tavares, vice-presidente do TRE-RJ, muitos eleitores votam com medo devido à forte presença do crime em diversas áreas do estado. “Temos eleitores que votam com medo, tamanha a influência e o poder dos criminosos em algumas áreas do Rio”, alertou Tavares após uma reunião com autoridades de segurança e representantes do tribunal. A situação exige medidas urgentes para garantir um ambiente eleitoral seguro e democrático.
Alterações nos locais de votação
Entre as decisões anunciadas, está a modificação dos endereços de algumas seções eleitorais. O objetivo é que os eleitores votem em pontos que não tenham relação direta com áreas de alta criminalidade, sugerindo um raio máximo de 1,5 quilômetro de suas residências. A intenção é facilitar que os cidadãos possam exercer seu direito ao voto sem medo de represálias ou intimidações.
Além disso, o TRE-RJ começará a mapear seções eleitorais que apresentem riscos de interferência criminosa. A definição dessas áreas estará entre as tarefas prioritárias do órgão nas próximas semanas e meses. Essa mudança é um passo importante para assegurar que as eleições de 2026 sejam “tranquilas, seguras e livres de interferências”, conforme mencionado no comunicado do tribunal.
Medidas contra a infiltração de criminosos na política
Outra medida que será implementada é a criação de “mecanismos de cooperação” que permitirão à Justiça Eleitoral obter informações mais abrangentes sobre candidatos. Essa estratégia visa prevenir que indivíduos associados a práticas ilegais consigam registrar suas candidaturas e, assim, se inserirem no sistema político. De acordo com o TRE-RJ, isso será feito através do cruzamento de dados entre a polícia e a Justiça Eleitoral.
Ainda segundo Tavares, é fundamental que a justiça e as forças de segurança atuem em conjunto para que essa situação seja resolvida, garantindo que as eleições reflitam a verdadeira vontade da população, livre de pressões externas. “Precisamos impedir que pessoas associadas a essas práticas entrem para a política”, afirmou Tavares, destacando a importância de um compromisso coletivo para combater a violação democrática.
A colaboração entre forças de segurança
A reunião que deu origem a essas decisões foi realizada no Palácio da Democracia, sede do TRE-RJ, e contou com representantes da elite dos setores de inteligência das forças de segurança que atuam no estado. Essa colaboração se mostra vital para entender as dinâmicas locais e tomar decisões informadas que possam proteger o voto do cidadão e a integridade do processo eleitoral.
O TRE-RJ tem a tarefa de garantir que a justiça eleitoral não só funcione no dia da votação, mas que toda a preparação para esse momento esteja alinhada com a segurança de todos os eleitores. A tarefa é desafiadora, mas essencial em um estado onde a violência e a criminalidade têm profundas raízes.
Com essas medidas, o TRE-RJ demonstra um compromisso sólido em enfrentar os desafios e garantir que as eleições de 2026 sejam um reflexo real da vontade do povo fluminense, longe da influência de grupos criminosos. Para isso, a atuação de todos os setores e a conscientização da população se tornam igualmente importantes.