Brasil, 28 de setembro de 2025
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Renda de autônomos cresce 5,6% no 2º trimestre de 2025, revela estudo do Ipea

Dados mostram aumento na renda dos trabalhadores autônomos e informais, enquanto salários de carteira permanecem relativamente estáveis

Um estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) divulgado nesta semana revela que a renda média dos trabalhadores autônomos aumentou 5,6% no segundo trimestre de 2025 em comparação ao mesmo período do ano passado. Já os informais tiveram alta de 6,8%, indicando uma crescente força dessas categorias no mercado de trabalho brasileiro.

Autônomos e informais impulsionam crescimento de renda

Segundo o estudo, a renda média de quem trabalha sem carteira assinada atingiu o maior nível desde 2012, início da série de dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), do IBGE. A diferença entre a remuneração dos autônomos e dos trabalhadores com carteira, que atualmente é de 7,3%, vem diminuindo gradualmente. Atualmente, a média de renda dos celetistas é de R$ 3.171, enquanto dos autônomos é de R$ 2.955, e dos informais, R$ 2.213.

Diferença entre trabalhadores formais e informais diminui

Dados do estudo apontam que, em 2021, a remuneração de quem tinha carteira era 25% maior do que a dos autônomos. No segundo trimestre de 2025, essa vantagem caiu para 7,3%. “A renda dos autônomos e informais tem crescido mais rápido do que a dos trabalhadores formais”, afirmou Sandro Sacchet de Carvalho, pesquisador do Ipea e autor do estudo.

Novas maneiras de trabalho e o impacto no rendimento

De acordo com Carvalho, o crescimento na renda dos autônomos e informais pode estar refletindo, parcialmente, os efeitos de novas formas de trabalho, como plataformas digitais de transporte e delivery, que ganharam força após a pandemia de Covid-19. Além disso, o especialista destaca que o regime do Microempreendedor Individual (MEI), com contribuição baixa e cobertura previdenciária limitada, também influencia essa dinâmica.

Previsões e desafios para o futuro do mercado

O estudo aponta que, apesar do crescimento recente, é prematuro afirmar que essa seja uma tendência definitiva. Saul Sacchet reforça que a melhora na renda de autônomos e informais ainda não supera em grande vantagem a remuneração de quem trabalha com carteira assinada, porém, a diferença está diminuindo.

Analistas alertam que o aumento na oferta de trabalhadores com ensino superior, que muitas vezes ocupam cargos de nível médio, gera uma espécie de efeito cascata, empurrando profissionais com escolaridade inferior para o setor informal, onde a remuneração cresce em ritmo mais acelerado.

Perspectivas e regulamentações

Leonardo Rolim, ex-secretário de Previdência, destacou que as mudanças no mercado de trabalho representam desafios às contas públicas, especialmente no que diz respeito à aposentadoria de trabalhadores informais e prestadores de serviço por aplicativos. Ele sugere a necessidade de regulamentar essa categoria, que deve precisar de benefícios assistenciais futuramente, devido à baixa contribuição previdenciária.

Segundo dados do governo, a renúncia fiscal referente ao MEI chegou a R$ 6,4 bilhões em 2024, aumento de 24,4% em relação ao ano anterior, com contribuição reduzida para 5% do salário mínimo. A expectativa é que essas medidas incentivem a formalização e aprimorem a proteção social desses trabalhadores.

No cenário atual, o desafio do governo é equilibrar o crescimento das categorias informais com a sustentabilidade da Previdência social, garantindo direitos básicos aos prestadores de serviço e fortalecendo as mudanças estruturais no mercado de trabalho brasileiro.

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